Os cientistas autores do estudo não puderam estabelecer nenhuma causalidade definitiva entre a terapia hormonal, chamada terapia de privação de andrógenos (ADT), e o Alzheimer. Foto: Free images
Os cientistas autores do estudo não puderam estabelecer nenhuma causalidade definitiva entre a terapia hormonal, chamada terapia de privação de andrógenos (ADT), e o Alzheimer, mas sustentam que a associação encontrada é preocupante e merece continuar sendo estudada.
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Os resultados se baseiam em duas grandes bases de dados dos históricos clínicos ao redor de 5 milhões de pacientes, dos quais 16.888 receberam tratamento em decorrência de um câncer de próstata. Desses, cerca de 2.400 foram tratados com a terapia hormonal ADT e receberam o acompanhamento necessário para permitir a análise dos dados, explicou o estudo.
Os pesquisadores compararam os pacientes de ADT com um grupo controle de pacientes com câncer de próstata que não receberam tal terapia e encontraram uma diferença significativa no número de pessoas que desenvolveram a doença de Alzheimer no início do tratamento com o ADT. "Os métodos (estatísticos) mais sofisticados mostraram que a probabilidade de contrair Alzheimer era 88 por cento maior entre os pacientes que recibarem ADT durante o período de acompanhamento", explicou o estudo. Quanto mais longo foi o período de terapia de privação de andrógenos, mais alto era o risco de desenvolver a doença.
A terapia de privação de andrógenos diminui a produção dos hormônios masculinos, chamados andrógenos, que podem desempenhar um papel importante no crescimento das células da próstata. A supressão dos andrógenos pode acarretar diversos efeitos secundários, como baixos níveis de testosterona, impotência, diabetes, doenças cardiovasculares e depressão. Estudos anteriores sugeriram que baixos níveis de testosterona podem debilitar a resistência do cérebro ao mal de Alzheimer.