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Dólar cai com 'voto de confiança' da agência Fitch aos ajustes fiscais; Bolsa sobe

Júlio Cirne
Júlio Cirne
Publicado em 09/04/2015 às 18:30
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"Voto de confiança" que Agências de Risco deram ao ajuste fiscal do governo federal ajudaram na queda do dólar nesta quinta / Foto: Reprodução

"Voto de confiança" que Agências de Risco deram ao ajuste fiscal do governo federal ajudaram na queda do dólar nesta quinta Foto: Reprodução

O dólar fechou em baixa pelo segundo dia e chegou a R$ 3,02 nesta quinta-feira (9). Além do alívio com a melhora na articulação política do governo, contribuiu para a queda o "voto de confiança" da agência de classificação de risco Fitch aos ajustes fiscais.

Nesta quinta (9), a Fitch informou que manteve a nota atribuída ao país em BBB. Apesar disso, colocou a avaliação em perspectiva em negativa -antes, estável-, o que significa que pode rebaixá-la caso as condições macroeconômicas brasileiras não melhorem. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 1,18%, para R$ 3,044. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, subiu 0,49%, para R$ 3,071.

A Bolsa brasileira fechou em leve alta nesta quinta (9), amparada pela valorização de mais de 9% das ações da Petrobras com a expectativa sobre a divulgação do balanço da estatal. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, subiu 0,26%, para 53.802 pontos.

"A decisão da Fitch foi encarada como um voto de confiança no governo brasileiro, pois ela não rebaixou a nota de crédito, e poderia ter rebaixado", avalia Fabio Lemos, analista de renda variável da São Paulo Investments. "Mas é um voto de confiança por tempo curto. Agora é preciso ver a execução do plano de ajuste fiscal", diz.

É a mesma avaliação de Ignácio Rey, economista da Guide Investimentos. "Se você olha os indicadores macroeconômicos do Brasil e compara com os de outros países com nota BBB, percebe que o país mantém o grau de investimento por causa da expectativa de que o [ministro Joaquim] Levy (Fazenda) consiga colocar os ajustes fiscais em prática", diz.

CENÁRIO INTERNO - A negociação entre o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT) em torno de um pacote de medidas para acalmar o PMDB ajudou a aliviar as tensões políticas no país, avalia Julio Hegedus, economista da Lopes Filho Consultoria de Investimentos.

"Mas enquanto os ajustes não forem definidos, haverá instabilidade no câmbio. Há uma sinalização de melhora de cenário após o ministro Joaquim Levy (Fazenda) tomar a frente da negociação política, mas ainda é preciso adotar medidas mais contundentes", ressalta.

O aumento da taxa de desemprego para 7,4% no trimestre, o maior nível desde 2013, já era esperado pelo mercado, avalia Fabio Lemos, da São Paulo Investments. "Antigamente tinha número grande de gente que não estava procurando emprego. Agora, as pessoas estão procurando emprego e as empregadas não têm certeza sobre se continuarão recebendo salário", afirma.

EXTERIOR - Nos Estados Unidos, o número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego subiu menos que o esperado na semana passada e a média móvel de quatro semanas atingiu o menor nível desde 2000, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta.

O dado sugere que a desaceleração abrupta no crescimento do emprego em março pode ser temporária. Os pedidos iniciais subiram em 14 mil, para 281 mil em números ajustados sazonalmente na semana encerrada em 4 de abril.
Na Europa, a Grécia conseguiu pagar a parcela do empréstimo pendente ao FMI (Fundo Monetário Internacional), mas o país ainda corre risco de ficar sem dinheiro para honrar outros compromissos nas próximas semanas.

BOLSA - As ações da Petrobras subiram mais de 9% nesta quinta-feira, com a expectativa de que a empresa divulgue seu balanço auditado até o dia 20.
As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, tiveram alta de 9,06%, para R$ 11,56. Os papéis ordinários -com direito a voto- subiram 9,28%, para R$ 11,54.
As ações de bancos caíram.

Os papéis do Itaú Unibanco tiveram queda de 2%, para R$ 36,75, e as ações do Bradesco registraram desvalorização de 1,79%, para R$ 30,75.

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