PROFECIA

Fim do mundo volta a ser tema de especulação

Ne10
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Publicado em 13/08/2009 às 4:00
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Há nove anos, uma seita de fanáticos religiosos anunciou para todo o planeta, com base nas profecias de Nostradamus, que o fim do mundo chegaria na virada do ano de 1999 para 2000. Na época, especulava-se que a Lua cobriria o Sol e projetaria sobre a Terra um feixe de sombra que alteraria para sempre a vida no planeta. Seria o último eclipse solar do milênio e o indício de que o fim dos tempos está chegando.

Passada quase uma década, o mundo ainda não acabou, mas as especulações sobre o fim da vida na Terra continuam. A mais recente, ou pelo menos a mais comentada atualmente, diz que o fim do mundo chegará em 2012, mais precisamente no dia 21 de dezembro. A previsão já teria sido feita há centenas de anos pelos povos maias e agora vem à tona com a proximidade da data.

Uma ideia de como o tema está sendo comentado atualmente pode ser visto nas livrarias, que já trazem uma dezena de títulos exclusivamente sobre o assunto. Entre os livros que podem ser encontrados, estão 'Apocalipse 2012', que diz conter provas científicas sobre o fim da nossa civilização; 'Dias Contados - Contos Sobre o Fim Do Mundo', que apresenta 50 visões diferentes sobre o fim dos tempos; e 'O Cataclismo Mundial Em 2012 - A Contagem Regressiva Maia Para O Fim Do Mundo', que traz uma análise científica dos códigos milenares.

No cinema, também não é diferente. Desde o ano passado, Hollywood vem produzindo filmes que tratam do fim do mundo. A produção mais esperada é '2012' (veja o trailer logo abaixo), dirigida pelo alemão Roland Emmerich, famoso por produções com temáticas catastróficas (como 'Independence Day', de 1996, e 'O Dia Depois de Amanhã', de 2004). O filme, com previsão de estreia no Brasil para 13 de novembro, conta a história de Jackson Curtis (interpretado por John Cusack), acadêmico que lidera um grupo de pessoas para combater os eventos apocalípticos previstos pelo antigo calendário maia.

Conhecedor dessa profecia há pelo menos 25 anos, o cientista evolucionário Danny Marks explica que o calendário Maia vai até 2012, o que explica a tão comentada previsão para o fim do mundo para aquele ano. 'É um calendário que, segundo os estudiosos, previu vários cataclismas universais. No ano de 2012, teria, então, o cataclisma final, com as forças do bem e do mal se contrapondo e colocando fim à cultura deles', esclarece o cientista.

A previsão apocalíptica feita pelos maias, na verdade, diz que haverá um alinhamento da Terra com o Sol e com a nossa galáxia, a Via Láctea. Além disso, ocorrerá, segundo a profecia, uma inversão dos polos do planeta após um grande tsunami, o que deverá provocar desastres naturais como terremotos, tempestades e até mesmo erupções vulcânicas. Todas essas mudanças na Terra começariam a ocorrer a partir do dia 21 de dezembro de 2012.

Segundo Danny Marks, há muita controvérsia em relação à previsão feita pelos povos maias, já que hoje não existem mais registros daquelas antigas civilizações. 'Não temos conhecimento muito grande sobre a cultura maia. Muita coisa foi destruída na época da colonização', diz. Ele acredita, na verdade, que o planeta passará por uma série de transformações a partir de 2012. 'Tudo que tem um início naturalmente vai ter um fim. Mas nem sempre esse fim necessita ser um término. Ele pode ser uma transformação', conta.

Rita Maria, que há cerca de 10 anos participa da Rede N.A.V.E (Nossas Almas Vieram das Estrelas), também acredita que o mundo não vai acabar em 2012, mas começará a passar por uma série de mudanças. 'Eu acredito, na verdade, é que nós já estamos passando por um processo de transformação na Terra', afirma Rita, referindo-se mais especificamente ao aquecimento global.

Fundada em Brasília na década de 70, a Rede N.A.V.E é um grupo de estudos sobre atualidades que une ciência, religião e filosofia, com ênfase na ufologia.

De acordo com a professora Zuleica Dantas, doutora em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), previsões catastróficas são comuns desde que o ser humano constituiu as primeiras culturas e estão sempre ligadas a movimentos messiânicos com caráter religioso. 'Essa necessidade de colocar uma finitude na existência do mundo é típico das culturas humanas. Seria uma espécie de castigo para humanidade por aquilo que estão fazendo'.

 

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