Rio de Janeiro

Corpos de três vítimas do acidente com Teori ainda passam por perícia

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 21/01/2017 às 13:18
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A aeronave, que partira do Campo de Marte, em SP, caiu na tarde de quinta-feira no mar de Paraty, no Rio / Foto: Reprodução/ Aeroagora

A aeronave, que partira do Campo de Marte, em SP, caiu na tarde de quinta-feira no mar de Paraty, no Rio Foto: Reprodução/ Aeroagora

  Os corpos de Maíra Panas, de 23 anos, e de sua mãe, Maria Hilda Panas, de 55 anos, vítimas do acidente de avião em que viajava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, foram levados do Instituto Médico Legal (IML) de Angra dos Reis, no Sul Fluminense, para o Hospital da Praia Brava para serem examinados. Isso aconteceu porque o IML da cidade, que é pequena, não teria estrutura para realizar os exames necessários. O hospital é mais bem equipado.

Os dois corpos foram transferidos para a unidade e depois levados de volta ao IML. Mãe e filha devem ser enterradas em Juína (MT), cidade natal delas. Maíra era massoterapeuta do spa do Hotel Emiliano, em São Paulo, de propriedade do empresário Carlos Alberto Filgueiras, amigo de Teori, dono do avião e também morto no acidente. A mãe foi como sua convidada. O pai de Maíra está no IML para acompanhar a liberação do corpo.

O corpo do piloto da aeronave, Osmar Rodrigues, também está no IML de Angra. Não há informações sobre o sepultamento. Ele era do Paraná e trabalhava para o Grupo Emiliano havia bastante tempo. Era considerado bastante experiente no trajeto São Paulo-Paraty, e chegou a dar aulas sobre este itinerário e suas dificuldades. Familiares de Rodrigues estão no IML para a liberação e traslado do corpo.

O corpo de Filgueiras será velado a partir de 15h30 deste sábado, 21, em São Paulo. A cerimônia de cremação está prevista para as 20 horas, de acordo com a assessoria de imprensa do Hotel Emiliano.

O IML não divulgou oficialmente a causa mortis de nenhuma das vítimas do acidente. Nessa sexta-feira, o "Jornal Nacional", da TV Globo, informou que Zavascki morreu em decorrência de politraumatismo (lesões múltiplas no corpo, que podem comprometer órgãos e sistemas), provocado pela queda do avião, e não por afogamento.

A aeronave, que partira do Campo de Marte, em São Paulo, caiu anteontem de tarde no mar de Paraty, quando estava a dois quilômetros da cidade. Pessoas que tentaram socorrer as vítimas relataram terem visto uma mulher com vida, dentro do avião, gritando por socorro, o que indicaria que sua morte foi por afogamento.

A tragédia

O relator da Lava Jato, ministro do STF Teori Zavascki, estava no avião que caiu no mar perto da cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, na tarde da última quinta-feira. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte do magistrado.

Ele era um dos passageiros do avião bimotor que caiu no mar perto da cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (19). A aeronave de pequeno porte partiu do Campo de Marte, em São Paulo, às 13h01, com destino à cidade fluminense. Além do ministro, mais quatro pessoas estavam no avião, que também faleceram.  Os corpos das vítimas ficaram presos às ferragens da aeronave, que ficou quase inteiramente submersa, com cerca de 80% de sua estrutura debaixo do mar.

Carreira

Nascido em Faxinal dos Guedes, Santa Catarina, em 15 de agosto de 1948, Teori Albino Zavascki era o relator da Operação Lava Jato, no STF, sendo responsável por cerca de 7 mil processos. Em maio de 2016, ele tomou uma atitude inédita na Corte e convocou um juiz a mais para ajudar com os processos. Outros ministros têm dois magistrados à disposição. Zavascki tinha três.

Atualmente, o ministro Teori Zavascki tinha sob sua relatoria 13 ações penais e 67 inquéritos, sendo que duas ações penais e 42 inquéritos eram da Operação Lava-Jato. Embora as investigações ainda não estejam na fase final, já provocaram muita dor de cabeça em autoridades em Brasília.

Saiu do gabinete do ministro, por exemplo, a ordem de afastamento do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara. Teori também já determinou a prisão do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), que era líder do governo no Senado. Os dois foram punidos por tentativa de atrapalhar as investigações da Lava-Jato.

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