Militares garantem a circulação de ônibus em Natal Foto: Sumaia Villela Agência Brasil/EBC
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano do Rio Grande do Norte (Seturn), os 30% estão em processo de regularização, pois os rodoviários ainda se mostram amedrontados. Algumas companhias conseguiram liberar suas linhas mais cedo que outras. Nas ruas já se viam veículos circulando e as pessoas voltaram a usar os pontos de ônibus.
- Após ataques, ônibus param pelo terceiro dia em Natal; 9 são presos
- Forças Armadas começam a reforçar segurança em Natal
- Corpos foram jogados em fossa na Penitenciária de Alcaçuz
- Presos comandam Alcaçuz há 7 dias
Passageiros relataram que a quantidade de ônibus era irregular. Hoje, pela manhã, Thalyta Rayanny Ferreira, 23 anos, estava há duas horas no ponto da Avenida Bernardo Vieira, bairro de Rua Nova, depois de um plantão de 12 horas como recepcionista. A ida ao trabalho, no dia anterior, tinha sido mediante carona.
Já a volta estava incerta. "Vi ônibus para São Gonçalo, Macaíba, Parnamirim e alternativos. Mas eles não entram nos bairros. Eu moro no Vale Dourado e minha mãe reside na Nova Natal e estou tentando ir para um dos dois cantos e nada", reclamou.
Transporte clandestino ganha dinheiro
Enquanto o serviço não volta ao normal, os transportes complementares e os clandestinos aproveitam para ganhar dinheiro. Microonibus de outras cidades e táxis fazem as paradas no ponto e anunciam seus destinos. E saem cheios. Até um veículo de outra cidade foi flagrado pegando passageiros.
Em Natal, 30% da frota de ônibus estão circulandoFoto: Sumaia Villela Agência Brasil/EBC
Ela foi entrevistada pela Agência Brasil às 9h. "E com criança, quando começa a dar sede e fome, aí é complicado, mas fazer o quê? Tem que esperar".
Os clandestinos também não servem para trabalhadores que recebem auxílio-transporte. Eles usam um cartão com os créditos, que não são aceitos pelos clandestinos.
Forças Armadas nas ruas
O policiamento da região metropolitana de Natal foi reforçado desde ontem (20) por militares das Forças Armadas. Ontem, 650 dos cerca de 1800 integrantes destacados para a missão já foram para as ruas.
Hoje de manhã era possível encontrar, com alguma dificuldade, viaturas circulando por Natal. No caminho para o presídio de Alcaçuz, que fica no município Nísia Floresta, a reportagem também passou por ônibus e caminhões, que iam para Natal - possivelmente levando militares que seriam integrados neste sábado ao policiamento, reforçado para evitar que ônibus voltem a ser queimados na capital do Rio Grande do Norte. Os ataques aos ônibus coincidiram com a crise nos presídios onde houve motins nos últimos dias.
A previsão é que até domingo todos estejam na ativa. As Forças Armadas também assumem a coordenação das atividades policiais em integração com as corporações estaduais.