Rebeliões

Após fim de semana tenso, nova rebelião é registrada em Natal

Maria Luisa Ferro
Maria Luisa Ferro
Publicado em 16/01/2017 às 8:18
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Rebelião foi registrada no Presídio Provisório Raimundo Nonato, na Zona Norte de Natal / Foto: Divulgação/Sejuc

Rebelião foi registrada no Presídio Provisório Raimundo Nonato, na Zona Norte de Natal Foto: Divulgação/Sejuc

Uma nova rebelião foi registrada na madrugada desta segunda-feira (16) no Rio Grande do Norte, dessa vez no Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato Fernandes, Zona Norte de Natal. De acordo com informações do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte, os presos afirmam que a movimentação é uma represália às mortes de presidiários na briga entre facções registrada nesse sábado (14) na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal.

Barricadas foram construídas para impedir a entrada dos agentes carcerários e os detentos ameaçaram atacar os outros presos alojados no Pavilhão 2, que costumam ajudar nos serviços gerais do presídio. Segundo a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte, Vilma Batista, os presos juraram vingança e afirmaram que essa resposta não deve ocorrer apenas dentro das penitenciárias do RN.

Segundo informações, os presos tentaram derrubar uma parede do local, mas foram impedidos. O Grupo de Operações Especiais entrou no presídio Raimundo Nonato por volta das 7h30 (horário local) e está trabalhando para conter o motim. Ainda há tensão dentro da penitenciária, mas os agentes conseguiram barrar o contato entre os presos rebelados e os que seriam atacados no Pavilhão 2. 

Popularmente conhecido como Cadeia Pública de Natal, o Presídio Raimundo Nonato não tem grades, que foram arrancadas em motins anteriores. Projetado para receber 166 detentos, o local já tem mais de 600 presidiários. De acordo com um relatório da Comissão Nacional de Justiça (CNJ), as condições são consideradas "péssimas".

Maior rebelião já registrada no Complexo de Alcaçuz

A Secretaria de Segurança do Rio Grande do Norte confirmou 26 mortos na rebelião ocorrida na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal. Inicialmente, a autoridade local havia informado 27 vítimas. O motim começou na noite de sábado (14) e só foi controlado no início da manhã de domingo (15), com a entrada de policiais militares e agentes penitenciários no local. Quase todos os corpos dos presos assassinados dentro do presídio de Alcaçuz foram decapitados; com exceção de dois carbonizados.

O secretário de Justiça e Cidadania do Estado, Wallber Virgolino Ferreira da Silva, disse que esta foi a maior rebelião já registrada no complexo prisional de Alcaçuz, criado no fim da década de 1990. As autoridades atribuem o massacre a seis homens ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo. 

O PCC, inclusive, foi citado pelo site da rede de televisão CNN. A reportagem diz que a rebelião teve início após uma briga entre a facção paulista e uma facção local chamada Sindicato do Crime do RN. A CNN lembrou também que o PCC estaria envolvido nos outros massacres ocorridos em penitenciárias brasileiras em 2017, no Amazonas e em Roraima.

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