Em Manaus

Temer diz que avaliará declaração de secretário que defendeu chacina

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 06/01/2017 às 21:59
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Temer vai avaliar uma possível demissão do secretário que

Temer vai avaliar uma possível demissão do secretário que 'defendeu chacina em presídio de Manaus' Foto: Reprodução

Após ficar sabendo do comentário do secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio (PMDB), sobre defesa de chacina em presídio do Amazonas, o presidente da República, Michel Temer, disse que vai examinar a declaração do secretário para uma possível demissão, segundo o Blog do Moreno, do jornal O Globo. Na início desta semana, cerca de 60 detentos foram mortos no sistema prisional do estado, maior número atrás apenas do massacre do Carandiru.

"Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana", defendeu, nesta sexta-feira (6), o secretário. Bruno Júlio, filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB), atualmente atua como presidente licenciado no partido.

Bruno Júlio afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff reduziu a verba em 85% para os presídios. Ele diz também que os presos deveriam ser separados nas penitenciárias por tipo de crime e periculosidade. A secretaria, de acordo com ele, "infelizmente" pouco pode colaborar para minimizar as chacinas. Ele adiantou ainda que, em março, o governo vai lançar um programa direcionado para as mulheres e à qualificação dos jovens.

Chacina em Roraima

Ao menos 33 mortes foram registradas madrugada desta sexta-feira (6), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona sul de Boa Vista, capital de Roraima. A informação é da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado.

Em outubro de 2016, na mesma penitenciária, uma rebelião provocada por briga entre o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) deixou pelo menos 10 presos mortos. Três das vítimas teriam sido decapitadas, e sete teriam tido os corpos queimados em uma grande fogueira no pátio da unidade.

Todos os mortos seriam integrantes da facção Comando Vermelho, que domina cerca de 10% do presídio. Os outros 90% são controlados pelo grupo rival Primeiro Comando da Capital.

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