Funcionária que revisou plano de voo da LaMia pede refúgio no Brasil

A boliviana Célia Castedo Monasterio, apontada como a responsável pela autorização do plano de voo do avião da LaMia que levava a delegação da Chapecoense e partiu de Santa Cruz de la Sierra entrou com pedido de refúgio no Brasil. A solicitação já foi encaminhada ao Ministério da Justiça, que tem até um ano para avaliar o pedido. Durante este tempo, Célia pode permanecer legalmente em território brasileiro.

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"Ela alegou que está sendo perseguida e tida como um bode expiatório, a única culpada pelo Ministério Público Boliviano neste acidente. Ela diz que não tinha autoridade para impedir que o avião decolasse. Então foi feito o pedido de refúgio aqui na delegacia, que é enviado automaticamente ao Ministério da Justiça por meio de um sistema computadorizado. Mas a partir de agora, ela já pode ir para onde quiser no Brasil", disse Sergio Luis Macedo, delegado responsável pela sede da Polícia Federal em Corumbá, Mato Grosso do Sul, onde a solicitação foi feita.

Célia também prestou depoimento ao Ministério Público Federal do Mato Grosso do Sul. Ela é funcionária de Administração de Aeroportos e Serviços Auxilares à Navegação Aérea e revisão os planos de voo do avião da LaMia antes do embarque. Um documento mostra a assinatura da funcionária, que questionou o plano e apontou diversas falhas para Álex Quispe, um dos tripulantes da aeronave e vítima fatal do acidente.

Segundo informações, o plano de voo foi apresentado à funcionária uma hora antes do avião decolar. Célia afirma ter questionado o tripulante sobre cinco pontos, entre eles o tempo de voo previsto de Santa Cruz de la Sierra até Medellin, que era exatamente igual à quantidade de combustível da aeronave, não prevendo possíveis atrasos. Apesar do questionamentos, o avião foi autorizado e decolou em direção a Colômbia.