A Biblioteca-Parque da Rocinha é conhecida também pelos moradores como C4, que significa Centro de Convivência, Comunicação e Cultura. Foto: Vânia Laranjeira/Biblioteca-Parque da Rocinha
Para a superintendente da Área de Leitura e do Conhecimento da secretaria, Vera Schroeder, “é uma alegria imensa comemorar esses quatro anos, porque a Biblioteca-Parque da Rocinha tem uma relação com a comunidade bastante forte. A gente até brinca dizendo que a biblioteca ficou pequena, porque a quantidade de pessoas e, principalmente de jovens e crianças, é bem grande”.
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Vera Schroeder confirmou que a grande referência para o programa no Rio de Janeiro foi o modelo colombiano de bibliotecas-parque, adotado hoje em todo o mundo, além da experiência de bibliotecas do Chile e a Rede de Bibliotecas Públicas de Informação (BPI), da França. Com esta última, o programa fluminense tem um termo de cooperação técnica.
A Biblioteca-Parque da Rocinha é conhecida também pelos moradores como C4, que significa Centro de Convivência, Comunicação e Cultura. “Era uma demanda da própria comunidade a criação de um centro de convivência, que houvesse um grande espaço onde grupos de teatro pudessem ensaiar, grupos de dança, uma biblioteca. Já havia uma demanda da própria população, e a gente manteve o C4 no nome da Biblioteca-Parque da Rocinha para trazer essa história, que é bastante importante”, afirmou.
A Biblioteca-Parque da Rocinha recebeu nesses quatro anos 145.680 visitantes, emprestou 14.822 livros e emitiu 4.988 carteirinhas para sócios, atendendo a todas as faixas etárias. A gratuidade, “que todas as bibliotecas merecem ter”, explica em grande parte a demanda, disse a superintendente. “As bibliotecas são gratuitas, você pode facilmente fazer sua carteirinha, basta ter uma identidade e um comprovante de residência e passa a ter acesso a empréstimos de livros e tudo o mais”. Se a pessoa quiser passar o dia inteiro na biblioteca, sem pegar nenhum livro, não precisa de documento algum, informou Vera.
Ela enfatizou que as bibliotecas-parque se consolidam também como um grande espaço democrático, com acesso para todos os públicos. A rede de bibliotecas-parque do estado do Rio de Janeiro engloba ainda as unidades de Manguinhos, na zona norte, primeira a ser inaugurada; a de Niterói, na região metropolitana; e a estadual, no centro do Rio.
Aurélio Mesquita, da Companhia de Teatro Roça Caçacultura, ressaltou que a Biblioteca-Parque da Rocinha é o único equipamento público de cultura da comunidade. O importante, disse, não é a biblioteca estar cheia todo o tempo, “e sim que esteja sempre de portas abertas”. O espaço tem cinco andares, onde se distribuem DVDteca, teatro, café literário, cozinha-escola, biblioteca infantil e sala multiuso. O acervo totaliza quase 15 mil livros e 915 DVDs.
Angell Araujo, da Companhia Semearte, disse que o aniversário da biblioteca comemora também a transformação da comunidade por meio da cultura. Essa é a mensagem que ele ouve dos jovens que frequentam a C4, um lugar que segundo ele, “muda vidas”.