Transporte

Uber se prepara para começar a atuar em Salvador

Emilayne Mayara dos Santos
Emilayne Mayara dos Santos
Publicado em 23/03/2016 às 12:27
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Segundo a Uber, o cadastro dos motoristas que podem circular na capital baiana só vai ocorrer depois de uma avaliação / Foto: AFP

Segundo a Uber, o cadastro dos motoristas que podem circular na capital baiana só vai ocorrer depois de uma avaliação Foto: AFP

A empresa de transporte particular por aplicativo, a Uber, começou a avaliar motoristas em Salvador para fazer cadastros ainda este ano. Atualmente, a Uber faz transportes de passageiros em 261 cidades de todo o mundo. O prefeito da cidade, ACM Neto, no entanto, já sinalizou posicionamento contrário à circulação desse transporte alternativo na capital baiana.

Segundo a Uber, o cadastro dos motoristas que podem circular na capital baiana só vai ocorrer depois de uma avaliação. “[A avaliação] é feita em vários níveis. Inclui buscar talentos e compartilhar informações com os cidadãos que queiram ter uma nova oportunidade de renda com autonomia, flexibilidade e dignidade dirigindo na plataforma da Uber”.

Na última semana, o prefeito de Salvador, ACM Neto, divulgou novas regras para o funcionamento de táxis na cidade. Durante o evento, criticou o modelo de transporte praticado pela Uber. “Quero reafirmar o meu compromisso de trabalhar para combater a clandestinidade. Nós não podemos admitir que um pai ou uma mãe de família, que paga suas taxas e segue o regulamento, [passem por uma] uma competição desleal e injusta com quem está na clandestinidade, com quem não se submete às regras e não passa pelo crivo do poder público", disse ele.

ACM anunciou a extensão do período para cobrança da bandeira 2 aos taxistas e defendeu a categoria: "Irei com unhas e dentes defender e proteger os taxistas, sempre que o interesse de vocês estiver em jogo”.

No Brasil, a Uber faz transporte alternativo individual de passageiros em 9 cidades: Brasília, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo, onde, em janeiro deste ano, houve confrontos entre motoristas da empresa e taxistas.

Repercussão - Compartilhado em sua página no Facebook, o discurso do prefeito dividiu opiniões. “O serviço de táxi em Salvador é muito precário. Muitos deles são despreparados e mal-educados. O Uber é um serviço que deveria ser regularizado”, defendeu o internauta Fábio Lucas. “Deveria se preocupar em regulamentar o Uber. Impossível pegar um táxi em Salvador em dia de evento”, disse o usuário do Facebook Felipe Mendonça.

Outros internautas saíram em defesa dos taxis: “Uber é concorrência desleal, haja visto que eles não têm os custos do taxista municipal. Creio que essa nova regulamentação deve contemplar isso”, disse Marco Antônio Paes. “Gente, essa prática de comércio do Uber não respeita os taxistas que são profissionais e pagam impostos e os pontos de táxis”, escreveu Natanael Yamamoto.

Em nota, a empresa Uber disse ser “completamente legal, já que os motoristas parceiros prestam o serviço de transporte individual privado, que tem respaldo na Constituição Federal e é previsto em lei federal (Política Nacional de Mobilidade Urbana – PNMU)”.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) divulgou estudo, no fim de 2015, feito em cidades brasileira onde já existe o sistema e onde não existe: “A entrada do aplicativo Uber no mercado brasileiro não influenciou de forma significativa o mercado de táxis nacional”. De acordo com o levantamento, "a empresa atende uma demanda reprimida, que não fazia uso dos serviços dos taxistas”.

A Uber é uma empresa norte-americana que credencia morotistas, depois de uma avaliação, para trabalharem com transporte particular, solicitado pelos clientes, por meio de aplicativo.

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