Crise na saúde

Hospital no Rio retoma atendimento após ter emergência fechada

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 27/12/2015 às 14:50
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O atendimento voltou ao normal após a prefeitura do Rio oferecer R$ 100 milhões por meio de convênio / Foto: Agência Brasil

O atendimento voltou ao normal após a prefeitura do Rio oferecer R$ 100 milhões por meio de convênio Foto: Agência Brasil

Pacientes e acompanhantes que buscaram atendimento no Hospital Estadual Getúlio Vargas na manhã deste domingo (27) afirmaram ter conseguido sem demora. Na semana passada, o atendimento na emergência do hospital foi interrompido, e tapumes foram usados para fechar a entrada. Restrições de atendimento também afetaram outros hospitais, como o Albert Schweitzer e o Adão Pereira Nunes.

O Gabinete de Crise da Secretaria Estadual de Saúde informou nesta tarde que os hospitais públicos estaduais e a maior parte das Unidades de Pronto Atendimento estão funcionando normalmente. Na UPA Taquara, o atendimento pediátrico está restrito aos casos mais graves e, na Caxias 2 (Sarapuí), as crianças estão sendo encaminhadas para a UPA Caxias 1 ou para a UPA Pediátrica de Duque de Caxias.

O atendimento voltou ao normal após a prefeitura do Rio oferecer R$ 100 milhões por meio de convênio e o Ministério da Saúde ter acertado o repasse de R$ 135 milhões, divididos em três parcelas. Outros R$ 152 milhões de receita oriundos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devem chegar nos próximos dias.

O universitário Bruno de Souza Pires, de 23 anos, estava acompanhando a mãe pelo segundo dia seguido no Hospital Estadual Getúlio Vargas. Com fortes dores na coluna, a mãe do estudante foi atendida ontem, mas a medicação não fez com que o problema cessasse. A família voltou ao hospital hoje e o estudante conta que nas duas vezes o atendimento foi rápido. "Não tivemos problemas. Minha mãe chegou e logo foi atendida. Talvez, as pessoas não saibam que o hospital reabriu e por isso está mais vazio", disse.

Já a empregada doméstica Conceição Aparecida da Silva, de 58 anos, esperava do lado de fora do hospital a filha ser atendida na ortopedia. Funcionária de uma padaria, a jovem prendeu a mão na porta ao abrir o estabelecimento na manhã de hoje e teve que buscar atendimento médico.

"Cheguei aqui era umas 8h30. Ela foi atendida rápido, mas o ortopedista está fazendo uma cirurgia e ela está aguardando", disse Conceição, que ainda estava na porta do hospital por volta das 11h30.

Casos de baixa complexidade, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, estão sendo encaminhados para unidades de pronto atendimento ou de atenção básica.

Foi o que aconteceu com o mecânico Eliseu Pereira, de 23 anos, que levou a mulher ao Hospital Estadual Getúlio Vargas por causa de uma conjuntivite. Ao chegar lá, a paciente foi direcionada para a UPA Penha, localizada no quarteirão ao lado.

"Disseram que se ela tivesse quebrado o braço, se acidentado ou alguma coisa assim era na emergência", contou o mecânico. Os dois foram à UPA, e consideraram o atendimento rápido. "Graças a Deus, sem nenhum problema", disse Eliseu.

Funcionárias do hospital estadual, que preferiram não se identificar, contaram que insumos que estavam sendo menos repostos voltaram a chegar, mas a segunda parcela do 13º salário continua sem ser paga. "Como ainda não pagaram o 13º, estamos com medo que não venha o salário em janeiro", disse uma delas.

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