Parintins

Religiosidade marcou o segundo dia do Festival Folclórico de Parintins

Marcella César de Albuquerque Falcão
Marcella César de Albuquerque Falcão
Publicado em 28/06/2015 às 18:20
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O Boi Caprichoso abriu a segunda noite do festival e promete encerrar a festa com as cores do Brasil, exaltando os contadores de história / Foto: Patrícia Fontoura/Agência Brasil

O Boi Caprichoso abriu a segunda noite do festival e promete encerrar a festa com as cores do Brasil, exaltando os contadores de história Foto: Patrícia Fontoura/Agência Brasil

Termina neste domingo (28) o Festival Folclórico de Parintins. Segundo estimativa do governo do estado do Amazonas, mais de 60 mil turistas do Brasil e do exterior e estrangeiros visitaram a ilha Tupinabarana neste fim de semana.

O Boi Garantido será o primeiro a entrar na arena do Bumbódromo. Nesse terceiro ato do espetáculo, a agremiação falará da vida na floresta, destacando figuras típicas regionais, entre elas os coletores da Amazônia, que buscam na natureza a forma de sustento.

O boi azul (Caprichoso) encerrará o espetáculo e promete uma apresentação nas cores do Brasil, exaltando a figura do contador de histórias. As apresentações começam às 8h, no horário local, e só terminam às 2h30 desta segunda-feira (29). A apuração dos resultados começa às 11h (hora local).

Sem chuva, o Caprichoso foi o primeiro boi a se apresentar no sábado. O espetáculo foi marcado pela religiosidade, com homenagens à Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Parintins.

Ao som de “Nossa Senhora”, música de Roberto Carlos, Davi Assayag, levantador de toadas do Caprichoso, emocionou a arquibancada. “Foi uma noite especial”, afirmou o cantor.

Segundo o presidente da agremiação, Joilto Azedo, o Caprichoso fez uma grande apresentação. "Apesar de alguns problemas da natureza, temos um boi para ser campeão.”

O problema foi a chuva forte de sexta-feira (26) em Parintins, durante a apresentação do boi azul. A água comprometeu o show, que precisou de modificações em cima da hora.

A Associação Folclórica Caprichoso chegou a pedir a anulação da primeira noite, mas, em nota, a Secretaria de Cultura do estado adiantou que a pontuação da primeira noite será contabilizada.

O Garantido também trouxe para a arena pitadas de religiosidade ao falar de São José, considerado o padroeiro dos pescadores e dos moradores da Baixada de São José, onde o boi vermelho foi criado.

Presidente do Garantido, Adelson Albuquerque disse que a noite “foi contagiante" e com um espetáculo maravilhoso para o folclore do estado.

Mesmo com todo o cansaço do fim do espetáculo, Israel Paulain, levantador de toadas do boi vermelho, deixou a arena de alma lavada. “O Garantido é minha sina, minha vida. Tenho mais de 20 anos dedicados ao boi. São 14 anos como apresentador dessa verdadeira identidade de Parintins, da Baixa de São José”, acrescentou.

Também termina hoje a 13ª mostra de Economia Solidária de Parintins, organizada pela Secretaria de Trabalho do Estado. Na feira, artesãos e produtores de vários municípios amazonenses oferecem produtos típicos da floresta, acessórios indígenas, colares, brincos, cocares e até cosméticos.

 

A parintinense Regimara Nascimento tem um stand onde comercializa cremes, óleos e pomadas produzidos com frutos da Amazônia. “Todos os produtos são naturais, feitos com matéria-prima da região. Trabalhamos com óleo puro da copaíba e da andiroba, que são óleos medicinais”, esclareceu Regimara.

Jackson Cursino faz artesanato com cuias e reaproveita garrafas de plástico, vidro e borra de café para criar esculturas. “Até mesmo a tintura eu tiro da casca de folha de árvores”, explicou o artista. Ele já exportou obras para diversas cidades do Brasil e do exterior, entre eles Itália, Portugal e Alemanha.

O Festival Folclórico de Parintins está na 50ª edição. Ele é realizado anualmente, sempre no último fim de semana de junho.

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