terra contaminada

Promotoria investiga ex-diretor da USP Leste

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Publicado em 19/02/2014 às 11:31
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O Ministério Público Estadual (MPE) abriu um inquérito civil contra o ex-diretor do câmpus Leste da Universidade de São Paulo (USP) José Jorge Boueri Filho para investigar sua responsabilidade pelo depósito de terra de origem desconhecida na unidade entre 2010 e 2011. Segundo cálculos extraoficiais da Superintendência de Espaço Físico (SEF) da universidade, o custo para remover a terra, uma das principais causas da contaminação do câmpus, é de cerca de R$ 20 milhões. 

A Promotoria do Patrimônio Público da capital apura se houve improbidade administrativa na ausência de licitação para depositar a terra e nos gastos com a reparação dos problemas ambientais. Boueri Filho, afastado da diretoria da unidade desde setembro, é questionado sobre origem, nome do fornecedor, modo de transporte, instrumento jurídico para aquisição e preço da terra contaminada. 

Análises recentes da Servmar, empresa contratada pela USP para avaliar o câmpus, indicam que a terra depositada contém óleos minerais nocivos à saúde. Segundo a ação civil pública movida pelo MPE em novembro para interditar o câmpus, o total de terra contaminada é próximo de 109 mil m³. 

A assessoria de imprensa da USP informou que ainda não há conclusões da SEF sobre o volume total de terra contaminada e o custo da remoção. O valor de R$ 20 milhões foi citado por representantes da superintendência em reuniões com professores da USP Leste. O custo elevado será um problema para os cofres da universidade, que congelou as contratações e o início de novas obras, como adiantou o estadão.com.br na semana passada, por causa da crise orçamentária que se arrasta desde 2013.

Já à reitoria, o MPE pede esclarecimentos sobre a apuração dos fatos e eventuais medidas administrativas e judiciais para responsabilizar os envolvidos no caso. O ex-diretor e a universidade têm até o final de fevereiro para responder aos questionamentos. Procurado pela reportagem por e-mail, Boueri Filho não comentou o inquérito.

APURAÇÃO INTERNA - Em novembro, a reitoria já havia aberto processo administrativo contra o ex-dirigente, com 90 dias para apuração. De acordo com a assessoria de imprensa da USP, o prazo foi prorrogado por mais 90 dias, e as investigações devem terminar só no começo de maio. A comissão de três professores designada para o caso usa dados do relatório de uma sindicância administrativa, feita entre dezembro de 2011 e setembro de 2012, para apurar as responsabilidades pelos problemas ambientais.

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