Tem gente que leva até sete horas para fazer a primeira venda do dia Foto: Marina Padilha/ NE10
"Mas é só provisoriamente. Já estou decidido a fechar as portas neste fim de ano, quando o evento acabar. E olhe que o movimento até cresce nesta época, mas nem assim é suficiente. Há alguns anos, tínhamos um lucro 100% maior. Agora chega, no máximo, a 80%", conta o comerciante.
Até mesmo no resto do ano o movimento caiu. "Há menos opções de lazer aqui no Morro, então mais gente está indo pra fora, consequentemente comprando em outros lugares. Como morador daqui e comerciante, percebo que mesmo quem mora aqui tem migrado", explica.
E se tá difícil para quem tem ponto fixo, imagina só para quem vem de fora só visando a Festa do Morro. Dona Nicielma, por exemplo, passou quase sete horas à espera da primeira venda desta segunda (7).
"Cheguei às 3h e montei tudo, à espera dos devotos. Esta que você vê é a primeira venda que faço. Está muito difícil", conta Nicielma Tavares, assim que o relógio marcava 10h40, ao vender um terço.
Nem as fitinhas de promessas estão saindo muitoFoto: Marina Padilha/ NE10
E nem assim têm saído muito. "A cada ano a situação fica pior pra gente. Tanto que tenho vindo menos dias ao evento. Antes vinha todos os dias, agora já não compensa tanto, explica. Ainda assim, continua a insistir nas festas religiosas em toda a região Nordeste.
É o caso também de Fabiano da Silva, que é vigilante quando não está ajudando a família nas vendas. Ele diz que é comum que os comerciantes se dediquem a festas deste tipo. "A gente viaja pra o interior de Pernambuco, pra Bahia, pra Sergipe. Onde tem evento religioso, a gente aluga uma van e leva nossos produtos", afirma.
Comerciante arrecada cerca de R$ 2 mil durante eventoFoto: Marina Padilha/ NE10