Sandoval comercializa livros há mais de 20 anos no sebo da Dantas Barreto, Centro do Recife Foto:Rafael Paranhos/ NE10
Os amantes de livros sabem como é difícil encontrar um exemplar por um preço acessível ou raro nas livrarias. Obras nos segmentos de best-seller, paradidático ou didático podem ser achadas facilmente nas livrarias ou até mesmo na internet, no entanto há quem prefira unir o prazer de manusear as páginas e também adquirir a preço menor, utilizando os conhecidos "sebos".
As "livrarias recicláveis" surgiram na Europa e chegaram no Brasil no século 19. No Centro do Recife, a Praça do Sebo, por trás da Avenida Dantas Barreto, é uma alternativa para encontrar as obras por um valor acessível, em bom estado de conservação ou até mesmo os mais antigos. Quem procura os 18 boxes do local pode negociar para vender, comprar ou até mesmo trocar.
Sérgio sempre compra livros nos sebo. Dessa vez, ele trocou uma série por uma trilogiaFoto: Rafael Paranhos/ NE10
A palavra-chave para o estudante Sérgio Roberto, 16 anos, é reutilizar e comprar os livros por um valor que cabe no bolso. Ele explicou que já havia comprado outros três livros ali mesmo, mas, agora, havia trocado por outra trilogia. "Troquei os três livros anteriores por três do Senhor dos Anéis e estou procurando mais outro para comprar, que é o início da saga: Hobbit", afirmou.
Para Adriana Ramos, 34 anos, o presente do Dia das Crianças vai ser no tom da literatura, que foi comprar no sebo duas obras para os sobrinhos, Paloma Campos, de 13 anos, e Caio Campos, 8 anos. "Este ano, eles não irão ganhar brinquedos ou roupas porque estão crescendo e já têm mais conteúdos", frisou ela, que adquiriu o Diário de um Banana e Teorema de Katherine que, juntos, custaram R$ 40 - na livraria, os títulos novos sairiam por R$ 70.
Adriana vai presentear os dois sobrinhos com livros comprados no seboFoto: Rafael Paranhos/ NE10
Cercado de livros há 20 anos, Sandoval Cardoso, 42 anos, aponta a obra mais cara do ponto comercial dele: A Casa Negra, do norte-americano Stephen King, de 700 páginas, que está por R$ 70. Por dia, ele diz comercializar de dez a 20 unidades, no entanto, lamenta a queda nas vendas. "Com a modernização da tecnologia, muitas pessoas compram pela internet e acabam deixando de lado os livros físicos".
