Grande Recife

Mesmo com presença de garis, produção de lixo no entorno do Mercado de São José chama atenção

Lorena Barros
Lorena Barros
Publicado em 07/10/2015 às 14:59
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A presença de garis ajuda a controlar o lixo no local, mas ainda assim não é suficiente / Foto: Lorena Barros / Portal NE10

A presença de garis ajuda a controlar o lixo no local, mas ainda assim não é suficiente Foto: Lorena Barros / Portal NE10

O grande movimento de pessoas, somado à falta de lixeiras e de conscientização do público, faz com que as ruas em torno do tradicional Mercado de São José, localizado no bairro de mesmo nome, no Centro do Recife, recebam grande quantidade de lixo ao longo do dia. É comum notar a circulação de garis fazendo a varredura das calçadas, tanto na Rua Direita quanto perto da Praça Dom Vital, onde fica o mercado, mas, mesmo assim, é possível encontrar latas, garrafas e, principalmente, resto de feira dos ambulantes que trabalham na área externa do local.

A quantidade de lixo nas ruas chega a ser, aparentemente, proporcional à quantidade de pessoas que fazem do mercado público um meio de viver. Desmontando caixas de papelão na Rua Direita - lateral ao mercado -, o catador e carroceiro José Marco, diz, principalmente à noite, tem muito material para ser recolhido.

Para os turistas, a manutenção precária da limpeza das ruas é uma (má) surpresa. A paraense Lícia Neves chegou ao Recife há dois dias e se surpreendeu com a falta de preservação em torno de um dos cartões postais da cidade: “A parte externa está uma negação, deveriam cuidar um pouco mais para dar uma boa imagem".

Visitando a capital pernambucana com a família, o baiano Marcos Romero, procurava uma lixeira para jogar as sementes de uma fruta que tinha consumido quando foi abordado pela equipe do NE10. “Estou aqui procurando um lixo. Não é nem que o local seja desorganizado, mas, em termo de limpeza, deixou a desejar”. A reportagem não encontrou do fora do mercado lixeiras, mas há espécie de tonéis - um em cada lateral do local.

Para a administradora de empresas Irene Brasil, que é recifense e tem costume de andar pelo Centro para fazer compras, o lixo acumulado na rua é um reflexo da educação do público: “Isso está afastando os turistas daqui; é resto de feira, xixi, a gente não pode nem andar nas calçadas”. 

Mesmo com a limpeza, é comum encontrar copos e restos de feira nos entornos do mercado

Mesmo com a limpeza, é comum encontrar copos e restos de feira nos entornos do mercadoFoto: Lorena Barros / NE10

A vendedora de flores Maria Severina de Lima contou que a sujeira tem sido permanente nos três anos que trabalha na frente do mercado. “Todo mundo joga lixo aqui. Se cobrasse multa, eles tinham mais zelo”, defendeu.

"O problema do lixo no mercado vem de prefeito a prefeito, é uma grande desorganização”, corroborou o comericante João Adalberto, que vende lanches em frente ao mercado há 50 dos seus 72. "Quando chega um turista aqui por perto eu tenho é vergonha", desabafou.

Para o vendedor de meias Marcos Carneiro, que trabalha há 20 anos na Rua das Calçadas, do lado do mercado, a presença dos garis da Prefeitura do Recife é efetiva no local: “Acho que a limpeza não pode ser melhor do que isso; a todo instante passa gari limpando aqui”. Para ele, a culpa é mesmo da população, que tem o (péssimo) costume de jogar os entulhos pelas ruas e, como solução, sugeriu mais campanhas educativas.

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