A presença de garis ajuda a controlar o lixo no local, mas ainda assim não é suficiente Foto: Lorena Barros / Portal NE10
A quantidade de lixo nas ruas chega a ser, aparentemente, proporcional à quantidade de pessoas que fazem do mercado público um meio de viver. Desmontando caixas de papelão na Rua Direita - lateral ao mercado -, o catador e carroceiro José Marco, diz, principalmente à noite, tem muito material para ser recolhido.
Para os turistas, a manutenção precária da limpeza das ruas é uma (má) surpresa. A paraense Lícia Neves chegou ao Recife há dois dias e se surpreendeu com a falta de preservação em torno de um dos cartões postais da cidade: “A parte externa está uma negação, deveriam cuidar um pouco mais para dar uma boa imagem".
Visitando a capital pernambucana com a família, o baiano Marcos Romero, procurava uma lixeira para jogar as sementes de uma fruta que tinha consumido quando foi abordado pela equipe do NE10. “Estou aqui procurando um lixo. Não é nem que o local seja desorganizado, mas, em termo de limpeza, deixou a desejar”. A reportagem não encontrou do fora do mercado lixeiras, mas há espécie de tonéis - um em cada lateral do local.
Para a administradora de empresas Irene Brasil, que é recifense e tem costume de andar pelo Centro para fazer compras, o lixo acumulado na rua é um reflexo da educação do público: “Isso está afastando os turistas daqui; é resto de feira, xixi, a gente não pode nem andar nas calçadas”.
Mesmo com a limpeza, é comum encontrar copos e restos de feira nos entornos do mercadoFoto: Lorena Barros / NE10
"O problema do lixo no mercado vem de prefeito a prefeito, é uma grande desorganização”, corroborou o comericante João Adalberto, que vende lanches em frente ao mercado há 50 dos seus 72. "Quando chega um turista aqui por perto eu tenho é vergonha", desabafou.
Para o vendedor de meias Marcos Carneiro, que trabalha há 20 anos na Rua das Calçadas, do lado do mercado, a presença dos garis da Prefeitura do Recife é efetiva no local: “Acho que a limpeza não pode ser melhor do que isso; a todo instante passa gari limpando aqui”. Para ele, a culpa é mesmo da população, que tem o (péssimo) costume de jogar os entulhos pelas ruas e, como solução, sugeriu mais campanhas educativas.