Obra de Rafa Mattos Foto: Divulgação
Utilizando canetões, sprays e suportes, o artista anda pelas ruas recolhendo resíduos sólidos domésticos e também entulhos como madeiras, concreto e chapa e pintando frases que convidam os recifenses à reflexão, sobre temas como política, diversidade e sustentabilidade. "Comecei fazendo o que chamo de 'lixo feliz' que é transformar as coisas que as pessoas dizem que é lixo. Aí um dia desenhei o regador e encontrei exatamente o que queria fazer", afirma.
Rafael diz que escolhe o resíduo sólido de acordo com a situação. "Se eu vou dar uma oficina para crianças, por exemplo, escolho uma caixa de pizza, ou de leite, para fazer a arte. Algo que as crianças vão reconhecer, que é do seu dia a dia", relata. Atualmente, Rafa está desenvolvendo um projeto chamado "Muda mente, muda mundo", juntamente com a engenheira civil, que comanda a empresa Lixiki, Ana Borba. "Queremos revolucionar o uso do lixo, a partir do engajamento ao estilo de vida consciente e sustentável".Assim como Rafa, o artista plástico Ermiro Augusto, conhecido como Jacaré, também usa o lixo para fazer obras de arte. Trabalhando com resíduos sólidos desde 1987, para ele, é papel do artista tentar novas formas de fazer arte. "Quando comecei a trabalhar com lixo quis sair do que era considerado tendência e abrir outros cenários".
O material mais utilizado por Jacaré é a lata. "Ela já tem a forma do que faço. Caranguejo, cachorrinho, a lata facilita", conta. Jacaré explica que começou fazendo quadros e colando resíduos sólidos em suas pinturas, mas que com o tempo foi modificando sua obra. "Tem escola hoje em dia que faz campanha para arrecadar lixo para eu usar. É muito bom poder aliar o que faço à conservação do ambiente", declara.