Fenômeno

Mais de 100 pessoas morrem por ano em acidente com raio, diz entidade

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 02/01/2017 às 17:57
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No ano passado, o País registrou menos acidentes por raios do que a média dos últimos 20 anos / Foto: Fotos Públicas

No ano passado, o País registrou menos acidentes por raios do que a média dos últimos 20 anos Foto: Fotos Públicas

 Uma jovem foi vítima de acidente com raio, nesta segunda-feira (2), enquanto caminhava na Praia do Sonho, litoral de São Paulo. O estado de saúde dela é considerado gravíssimo. Entre 2000 a 2014 morreram, em média, 111 pessoas por ano devido à incidência de raios, totalizando 1.792 casos. No ano passado (2016), segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat), o País registrou menos acidentes do que a média dos últimos 20 anos. De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), o fenômeno ocorrer devido a uma maior concentração de nuvens

[Atualização: ao contrário do que publicamos inicialmente, a jovem atingida pelo raio não morreu, mas segue internada em estado gravíssimo. A matéria atualizada está neste link]

Confira outros acidentes por raios no Brasil

JATINHO DE XUXA - A apresentadora Xuxa levou um susto enquanto sobrevoava em um jatinho, no início de dezembro de 2016, enquanto embarcava do Rio de Janeiro com destino ao Piauí. Na ocasião, a aeronave fez um pouso de emergência em Brasília.

CANÁPOLIS (MG)- Um trabalhador de 55 anos foi atingido por uma descarga elétrica, em outubro de 2016, no município de Canápolis, em Minas Gerais, enquanto estava embaixo de uma árvore. Segundo a Polícia Militar (PM) do município, ele estava no local para fazer necessidades fisiológicas. No momento, chovia bastante. A vítima foi encontrada com várias queimaduras pelo corpo.

SANTARÉM (PA) - Um raio atingiu o bairro Livramento, no Pará, em setembro do ano passado, deixando pelo menos quatro vítimas feridas. De acordo com os moradores, algumas pessoas observavam o desentupimento de um buraco que estava cheio de lixo. No momento do susto, o bairro era castigado pelas fortes chuvas.

CAMPOS DO JORDÃO (SP) - Uma casa de alto padrão foi atingida por um raio, em setembro de 2016, ficando totalmente destruída. Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas do imóvel, no bairro de Pedra de Fogo, em Campos do Jordão, foram totalmente controladas em três horas. A residência estava vazia e foi percebida por vizinhos após um forte barulho.

SANTANA DE GARAMBÉU (MG) - Pelo menos quatro vítimas ficaram feridas em Santana do Garambéu, Minas Gerais, durante banho de cachoeira em fevereiro de 2016. Cerca de 80 pessoas estavam no local quando começou a chover. Do total, cerca de 40 visitantes estavam dentro da água, onde a descarga elétrica percorreu de cinco a oito metros de distância. No momento do susto, ninguém morreu.

AMARAJI (RO) - Quatro adolescentes ficaram desacordados após serem atingidos por um raio, no município de Amajari, ao Norte de Roraima. O grupo participava de um campeonato indígena em setembro do ano passado. De acordo com a professora das vítimas, eles atravessavam a rua quando sofreram a descarga elétrica.

Entenda como ocorrem os raios

As chuvas são formadas a partir de um sistema chamado vórtice ciclônico de altos níveis (VCAN), que é quando há uma alteração do campo do vento na alta atmosfera. "Quando o vento se movimenta no sentido horário, faz com que o ar suba e a nuvem se desenvolva", explica o meteorologista Roni Guedes. O normal é o vento se movimentar na direção horizontal.

Muito carregadas, as nuvens trocam descarga elétrica dentro e entre elas e, ao passar próximo à superfície, ocorre a descarga da nuvem para o solo. "A base da nuvem emite o raio, que atinge a parte mais alta da superfície, que pode ser um prédio, por exemplo", afirma Guedes. As áreas mais atingidas nesta madrugada foram o litoral pernambucano - principalmente na Mata Norte - e parte do Agreste do Estado.

De acordo com o meteorologista, as chuvas neste período do ano são mais comuns no Sertão e não no litoral. As alterações ocorrem entre dezembro e janeiro, às vezes de forma mais intensa. Apesar disto, na avaliação de Roni Guedes, o sistema está perdendo força e as chuvas devem diminuir em Pernambuco.

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