Aposentado João Guilherme Pontes precisa aplicar a insulina Lantus para controlar o diabetes Foto: João Guilherme Pontes/Cortesia
No Dia Mundial da Saúde, nesta quinta-feira (7), pessoas que fazem uso de medicamentos gratuitos, distribuídos pelo Governo de Pernambuco, não têm o que comemorar. Diabéticos que possuem o direito de receber gratuitamente a insulina glargina, através da Secretaria Estadual de Saúde, reclamam da falta do remédio nas Farmácias do Estado desde o mês de março. O medicamento, que custa cerca de R$ 120 reais cada unidade, é muito importante no controle de diabetes, doença que já mata 1,5 milhão de pessoas anualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O aposentado João Guilherme Pontes, 69 anos, há 10 anos precisa de 100 aplicações por mês da insulina Lantus, nome comercial da insulina glargina. Mas, ao procurar a Farmácia do Estado para conseguir o produto, deu de cara com a falta do mesmo. "Ligo todo dia para a farmácia e é a terceira vez este ano que está faltando. A sorte é que eu ainda tenho uma reserva do remédio em casa", afirma.
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Procurada pelo NE10, a Secretaria Estadual de Saúde informou, por meio de nota, que a Farmácia de Pernambuco já finalizou o processo de licitação da insulina glargina (nome comercial Lantus) e está negociando com o fornecedor a entrega do produto no menor prazo possível. Questionada se há previsão de quando esse procedimento seja finalizado e os medicamentos voltem às prateleiras à disposição dos diabéticos, a assessoria de comunicação da SES informou que a secretaria "está trabalhando para agilizar a entrega".
DENÚNCIAS - A falta de medicamentos é um problema recorrente no estado. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já recebeu diversas denúncias e possui um inquérito, desde 2012, que investiga o problema. De acordo com a promotora Maria Ivana Botelho, não houve, nos últimos meses, reclamação aos Ministério Público relacionada especificamente à falta da insulina Lantus, mas o caso será investigado. "Só o fato de a imprensa nos procurar e nos questionar já ajuda. Vamos fazer um ofício, que será encaminhado à Secretaria de Saúde para pedir medidas que regularizem o estoque do produto", explicou a promotora.