Ciência

Substância encontrada no Teflon pode ser prejudicial à saúde

Ne10
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Publicado em 14/04/2003 às 22:50 | Atualizado em 07/07/2023 às 10:45

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, sigla em inglês) suspeita que um produto químico usado em móveis, tecidos e no Teflon pode ser prejudicial à saúde e determinou o início de uma investigação minuciosa sobre suas propriedades.

Segundo a EPA, a maior parte da população norte-americana é exposta a níveis baixos do C8, ou ácido perfluoroctanóico. A substância é utilizada em centenas de produtos industriais e de consumo, como jaquetas impermeabilizadas e panelas revestidas de Teflon.

Estudos recentes aumentaram as suspeitas de que a substância seja tóxica, e as indústrias que utilizam o produto terão de enviar à agência mais informações sobre o C8 até meados de junho.

Os cientistas pretendem determinar todas as fontes potenciais de C8, como o público é exposto ao produto e se níveis elevados da substância podem significar uma ameaça à saúde humana, como sugerem estudos feitos em animais.

"A agência está preocupada, mas ainda há muita incerteza a respeito das informações obtidas até agora", afirmou Stephen Johnson, da EPA.

O C8 pode ficar no corpo humano por até quatro anos, segundo a agência.

Na semana passada, a organização Environmental Working Group acusou a DuPont Co. de omitir do governo um estudo interno que ligava o C8 ao nascimento de duas crianças portadoras de deficiências, filhas de empregados da empresa, no início dos anos 1980.

A DuPont, que usa o C8 para fazer Teflon, disse que vai cooperar com a EPA. A companhia afirma que a exposição a níveis baixos do C8 não provoca danos reprodutivos ou do desenvolvimento de crianças.

Richard Angiullo, vice-presidente da DuPont, disse que a companhia registrou o nascimento de uma criança deficiente, mas garantiu que "não há indicação" de que o fato esteja relacionado á exposição do C8.

Testes conduzidos pela 3M Corp, fabricante original do C8, mostraram que a exposição a níveis altos do produto químico pode provocar danos ao fígado e problemas reprodutivos em ratos. Outros estudos sugerem que o C8 pode levar ao nascimento de crianças deficientes. Desde 2000, a 3M não produz mais produtos químicos relacionados ao C8.

Fonte: UOL / Reuters