Metrô do Recife libera vagão para bicicletas a partir desta segunda

A permissão para a entrada das bicicletas atende a uma demanda da Associação Metropolitana de Ciclistas (Ameciclo). A entrada de bicicletas nos vagões do metrô do Recife já era permitida aos sábados, a partir das 14h, e durante todo o dia de domingo. 

Por meio de sua assessoria de comunicação, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU/Metrorec), responsável pela operação do metrô do Recife, informou  que a restrição de horário durante os dias da semana acontece para não prejudicar os demais usuários nos horários de pico, quando as composições estão invariavelmente lotadas. 

A CBTU/Metrorec lembra ainda que os donos das bicicletas devem embarcar apenas no primeiro vagão dos trens e deve entrar nas estações carregando a bicicleta, e não pedalando. 

O coordenador de articulação política da Ameciclo, César Martins, comemorou a decisão do metrô: "Essa é uma demanda que tínhamos desde 2011, quando a Ameciclo ainda nem existia". 

César disse ainda que a associação entende a restrição de horários para a entrada das bikes nos trens, mas considera que o sucateamento do modal é responsável pela superlotação dos vagões: "O nosso metrô mal cabe as pessoas e assim não podemos colocar bicicletas nos vagões em horários de pico", criticou César. 

Para o cicloativista, o investimento na infraestrutura do sistema aliado ao incentivo de novos modais, entre eles o cicloviário, é a solução para resolver os problemas do trânsito do Recife. 

César usa exemplo de cidades europeias que podem servir de modelo para o Recife: "Em cidades como Copenhage, cerca de 50% da população usa bicicletas e o metrô possui vagões apenas para elas".

No entanto, o incentivo para que o recifense adote a bicicleta ainda esbarra em vários obstáculos. 

Pernambuco até possui um Plano Diretor Cicloviário (PDC), que foi lançado em fevereiro de 2014 e previa a construção de 590 Km de ciclovias nas principais cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR). No entanto, cerca de um ano e meio depois, nenhum quilômetro foi construído. 

O custo total do PDC foi estimado em R$ 354 milhões e só a sua elaboração (custo com pesquisas) custou R$ 637 mil. 

A expectativa na época do lançamento era de que 130 quilômetros já estivessem disponíveis para a população até o fim deste ano.