Oposição ao Sindicato dos Rodoviários promete nova paralisação nesta quarta

• Blog de Olho no trânsito: Estamos no meio de uma briga política por poder entre os rodoviários

Os ônibus podem voltar a parar nesta quarta-feira (5). É essa a promessa do grupo de oposição ao sindicato que representa motoristas, cobradores e fiscais, liderado pelo ex-rodoviário Aldo Lima. Os trabalhadores fizeram uma paralisação de surpresa nessa segunda (3) e marcaram uma passeata na tarde desta terça (4), na área central, desta vez com o apoio oficial da entidade. Toda essa mobilização é contra a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de suspender o reajuste salarial concedido à categoria.

De acordo com Aldo Lima, o protesto acontecerá nos mesmos moldes que o dessa segunda, começando às 4h e terminando às 10h. O objetivo é que nenhum ônibus circule nesses horários. "Vamos fazer protestos até o dia do julgamento, que ainda não foi marcado", afirmou. Porém, as próximas ações só devem ser planejadas após o ato desta quarta.

O secretário-geral do sindicato, Josival Costa, que faz parte da oposição; a advogada Maria Rita, que representa juridicamente a CSP/Conlutas, central sindical à qual o grupo está ligado; e o próprio Aldo Lima publicaram um vídeo no Facebook explicando os motivos por que pretendem convocar os profissionais a uma nova paralisação. Veja:

ENTENDA - A paralisação dessa segunda ocorreu no primeiro dia útil após a decisão do TST. Com a medida tomada na última sexta (31), o tribunal reduziu o aumento para 9%, tanto para salários quanto para o vale-refeição - antes, havia sido de 12% nos salários e 59,57% no vale-alimentação. Paralelamente ao protesto desta manhã, o departamento jurídico da entidade entrou com uma ação para suspender a decisão. O reajuste concedido após julgamento de dissídio coletivo no Recife também foi derrubado na esfera federal no ano passado.

A decisão judicial atende a recurso apresentado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), que alegou não ter como arcar com custos do aumento concedido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no julgamento do dissídio coletivo após a greve da categoria, há duas semanas. O Grande Recife Consórcio de Transporte disse, em nota, que "notificou os sindicatos dos trabalhadores e o patronal, e também acionará o Ministério Público do Estado e Ministério Público do Trabalho, para que os mesmos atuem no sentido de evitar qualquer tipo de paralisação futura."