Todas as linhas passavam no TI da Macaxeira, mas com a frota reduzida Foto: Amanda Miranda/JC Trânsito
- No primeiro dia de greve, fluxo de ônibus é reduzido no Grande Recife
- Com rodoviários em greve, metrô do Recife estende horário de pico
- Em greve, motoristas param ônibus no meio de viagens no Recife
O Grande Recife Consórcio estima que 50,77% da frota funcionavam das 5h às 9h. Para o sindicato dos empresários de ônibus, Urbana-PE, o número chegou a 55% durante a manhã. A entidade que representa os grevistas afirma que eram mais de 60%. A maioria dos trabalhadores trabalha sem farda.
Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que 70% dos coletivos circulassem no horário de pico (das 6h às 9h e 16h às 20h), acatando medida cautelar feita pelo Urbana-PE nessa segunda (13).

Luciana esperava um ônibus no Derby havia uma horaFoto: Amanda Miranda/JC Trânsito
A empregada doméstica Denise da Silva, que mora em Camaragibe e trabalha na Imbiribeira, precisa pegar dois ônibus para chegar ao emprego. Esperou duas horas pelo primeiro em Aldeia e já aguardava havia 40 minutos o segundo veículo, que faz a linha Aeroporto/Joana Bezerra, no Terminal Integrado de Joana Bezerra, na área central do Recife. "Peguei um ônibus superlotado de aldeia para cá, e agora já estou esperando há um bom tempo por esse e não chega. Estou muito atrasada e ja avisei a minha patroa que não sei se vou conseguir chegar", disse. No TI, havia vários ônibus, mas todos superlotados.








Para a técnica de enfermagem Jurema Lima Gomes, 55, que esperava no Derby a linha Jardim São Paulo (Piracicaba) havia 15 minutos, a circulação estava praticamente normal. "A greve é válida porque eles (rodoviários) ganham muito pouco para a responsabilidade que têm para nos transportar", afirmou.
NEGOCIAÇÕES - A greve dos rodoviários começou à 0h desta terça, por tempo indeterminado. Após três rodadas de negociações, os rodoviários pedem reajuste de 12% nos salários. No início, a proposta inicial da categoria era de 30%. O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) propôs aumento de 9,5%. Desta forma, o salário dos motoristas passaria de R$ 1.765 para R$ 1.933 e o do cobrador aumentaria de R$ 812 para R$ 889.

Ônibus que passavam no TI Joana Bezerra estavam lotadosFoto: Marcela Falcão/Especial para o NE10
Com a decisão de fazer a greve, a Urbana cancelou as propostas. Agora, cabe ao TRT definir o aumento da categoria. A expectativa é que o julgamento seja nesta quarta-feira (14).
BRIGA POLÍTICA - Contra a decisão do Sindicato dos Rodoviários, o grupo de oposição à atual presidência fez dois atos no Recife. O primeiro foi na Avenida Cruz Cabugá, na área central, onde alguns ônibus foram estacionados por uma hora esta manhã. Dois veículos foram depredados no protesto - um deles teve um pneu furado e outro, um vidro quebrado. Ao todo, foram depredados 11 veículos.
Menos de uma hora depois de liberarem a Cruz Cabugá, os rodoviários pararam na Avenida Agamenon Magalhães por cerca de vinte minutos. Foi o suficiente para complicar o trânsito na via por uma hora. Os próximos locais de piquetes não foram informados.
"Os trabalhadores foram às garagens, mas as empresas colocaram terceirizados para sair, o que é ilegal no período da greve. Isso só para desmobilizar a categoria", afirmou o ex-rodoviário Aldo Lima, à frente da paralisação. A entidade patronal negou a contratação de outros trabalhadores para atuar nesta terça-feira.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benilson Custódio, afirmou que não é oficial a orientação para estacionar os ônibus nas ruas. Isso mostra o racha que existe na categoria e travou o Centro do Recife por três horas há duas semanas.