
Camila Mirele foi enterrada sábado, no Recife Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
O motorista contou que estava saindo do Terminal Integrado da Macaxeira, na Zona Norte, e seguia para o do Barro, na Zona Oeste. "Estava com o veículo lotado. Não estava enxergando o retrovisor e pedia para um rapaz se afastar, mas ele me xingava", relatou.
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"Foi uma fatalidade. Se ela tivesse embarcado pela frente e o ônibus não tivesse lotado, não teria acontecido. Ela não pagou passagem e entrou por trás, invadiu como todos invadiram", afirmou.
Segundo o motorista, na parada seguinte, escutou os passageiros gritando para que ele parasse o ônibus, pois a jovem havia caído. "Quando desci, ela já estava no chão, sentindo dor. Ela queria levantar se arrastando, mas tiraram ela pista e colocaram na calçada. Liguei para o Samu, a Rodoviária (Polícia Rodoviária Federal), e a PM (Polícia Militar). Fiquei ao lado dela dando assistência", se defendeu.
Após o acidente, a estudante de biomedicina Camila Mirele Pires, 18 anos, foi levada para o Hospital Getúlio Vargas, ?na ?Zona Oeste, mas não resistiu. O profissional afirma que, após o socorro, fez duas viagens com o mesmo veículo de onde ela saiu.
Questionado se abriu a porta do meio, de onde a jovem foi arremessada, negou. "Abri a porta traseira quando escutei a gritaria. A porta do meio estava aberta, não abri", afirmou. "Tem uma trava abaixo do degrau e eles (os passageiros) desativam ela para invadir o ônibus", justificou. "Mesmo com o carro em movimento, sou obrigado a parar e eles invadem mesmo."
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benilson Custódio, defendeu o motorista dizendo que o ônibus ainda não foi periciado. "Estamos trabalhando para que não seja condenado antes de um julgamento", afirmou. "Isso vai ficar marcado pelo resto da vida", lamentou o profissional.