Avenida Caxangá continua congestionada no 1º dia útil do Túnel da Abolição

O Túnel da Abolição, parte do projeto do corredor Leste/Oeste e motivo da dor de cabeça de muitos motoritas e pedestres nos últimos dois anos, foi inaugurado de forma incompleta nesse domingo (12). Poucos problemas foram resolvidos com a inauguração da obra e os 16 meses de atraso não são justificados pelas pendências presentes no local, principalmente no trânsito da Avenida Caxangá, que continua congestionado.

As infiltrações, motivos dos quatro adiamentos da inauguração, continuam evidentes nas paredes do túnel. Mesmo em uma manhã sem chuva, é possível notar manchas d'água em todo o percurso, assim como pequenas poças d'água, que não influem no tráfego de veículos. Duas bombas de sucção estão presentes no local para evitar possíveis alagamentos em dia de chuva. 

A mudança no trânsito do local é notável e ainda confunde alguns motoristas. O tráfego na Real da Torre flui com mais qualidade, assim como o trânsito de veículos na José Osório, que voltou a ter dois sentidos e não tem mais saída para o sentido Subúrbio/Centro da Avenida Caxangá. O vendedor Caio César, que trabalha com veículos na José Osório há mais de sete anos, afirma que tem dúvidas sobre a qualidade das vendas com a mudança no trânsito: "O engarrafamento acabou mas agora não sei como vai ser a movimentação de carros e de possíveis clientes por aqui", afirma. 

• Com mais de um ano de atraso, Túnel da Abolição é aberto
• Túnel da Abolição é liberado no improviso; água mina das paredes

O trânsito no sentido Subúrbio/Centro da Avenida Caxangá, por sua vez, continua lento, mesmo com a inauguração da obra. Alguns motoristas imprudentes continuam  a seguir pela faixa exclusiva do BRT na via, e até os passageiros que escolhem o veículo da faixa exclusiva para seguir ficam presos no congestionamento entre o final da Avenida Caxangá e o Derby, que não tem faixa exclusiva.

Outro problema inexplicável na obra foi a inviabilização de uma das faixas da Real da Torre, que agora dá para "lugar nenhum" e deixa os motoristas de cara com uma parede, sem possibilidade, sequer, de fazer um retorno. Além disso, a entrada de pedestres no túnel, que conta com um ponto de desembarque de passageiros, está fechada.

A estudande Célia Ferreira, 21 anos, afirma que a volta dos seus ônibus à parada da Real da Torre facilitou a vida e otimizou o tempo: "seguia para Afogados e sempre precisava fazer o retorno na Caxangá, agora o meu ônibus segue direto e não perco tanto tempo no túnel, ainda assim tenho medo de como vai ficar a locomoção em período de chuva".

Uma blitz de fiscalização da velocidade estava na Real da Torre, assim como um batedor da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU). Na José Osório, que não tem mais entrada direta para os motoristas que querem retornar para o sentido Centro da Avenida Caxangá, dois batedores da CTTU e dois orientadores de trânsito (amarelinhos) ajudavam os motoristas com dúvidas. Em um período de dez minutos mais de vinte veículos fizeram o retorno para o Túnel da Abolição.

ORIENTAÇÕES - Além de voltar a ter dois sentidos, a Rua José Osório não é mais uma opção para os motoristas que querem seguir no sentido Centro da Avenida Caxangá. Todos os motoristas devem utilizar a faixa da direita da Real da Torre (sem entrar no túnel). Os motoristas que desejarem seguir no sentido Boa Viagem ou Centro devem pegar a faixa esquerda do Túnel da Abolição e aqueles que desejarem seguir no sentido Afogados ou Cidade Universitária devem pegar a faixa da direita.