Manifestação

Aprovados em concurso para agente penitenciário protestam no Centro do Recife

Lorena Barros
Lorena Barros
Publicado em 10/02/2015 às 9:57
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O grupo se reuniu na Praça do Derby e segue em passeata pela Conde da Boa Vista / Fotos: Monitoramento CTTU

O grupo se reuniu na Praça do Derby e segue em passeata pela Conde da Boa Vista Fotos: Monitoramento CTTU

Um grupo de concursados realiza um protesto no Centro do Recife na manhã desta terça-feira (10). Cerca de 50 manifestantes se concentraram na Praça do Derby e seguiram em caminhada pela Avenida Conde da Boa Vista até a Assembleia Legislativa de Pernambuco, na Rua da Aurora. 

De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco (Sindasp-PE), o protesto é realizado por aprovados no concurso público para a área realizado em 2009, com validade em junho deste ano. Os profissionais não foram convocados e cobram isso do Governo do Estado.

Manifestantes levam faixas pedindo a convocação

Manifestantes levam faixas pedindo a convocação

Duas viaturas da Polícia Militar e agentes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) acompanham a manifestação. Ao chegar na Avenida Conde da Boa Vista, os manifestantes seguiram pela pista exclusiva para carros, não interferindo no tráfego de coletivos. Porém, por alguns minutos, por volta das 10h, um guarda da Companhia desviou o trânsito de veículos particulares pelas faixas de ônibus.

MANHÃ DE CONGESTIONAMENTO - Acidentes e protestos deixaram importantes vias do Recife congestionadas na manhã desta terça-feira. Uma colisão entre um veículo e um poste bloqueia um trecho da Avenida Norte, no bairro da Macaxeira, na Zona Norte, desde as 4h e dois protestos de prestadores de serviço de hospitais do Estado bloqueiam a Avenida Caxangá, no bairro do Iputinga, na Zona Oeste, e a Avenida Agamenon Magalhães, no bairro do Derby, na área central da cidade.

SISTEMA EM CRISE - Uma das reivindicações dos agentes penitenciários é sobre a contratação de mais profissionais. Em Pernambuco há, atualmente, 1,3 mil agentes divididos em plantões. Levando em consideração a recomendação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, de cinco presos para cada profissional, o déficit é de aproximadamente 6 mil agentes.

Nos primeiros dias de janeiro, o novo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, enfrentou a primeira crise no caótico sistema prisional do Estado. Em apenas quatro meses e uma semana como secretário de ressocialização, Humberto Inojosa renunciou ao cargo. Em seu lugar, assumiu o coronel da PM Eden Vespaziano. Na ocasião, o  secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, anunciou também um pacote de medidas. 

O sistema prisional do Estado é proporcionalmente o mais superlotado do Brasil. Hoje, existem cerca de 31 mil detentos onde caberiam 10 mil deles.

No Complexo do Curado, atualmente o maior de Pernambuco, uma rebelião foi deflagrada na véspera de Natal e por pouco detentos não conseguiram fugir por um túnel. A Rede Globo divulgou imagens de presos circulando com facões e celulares, sem serem importunados, no complexo. Há um mês, o Batalhão de Choque foi ao local e fez uma varredura, encontrando cerca de 40 armas e celulares. A situação ficou ainda pior no fim de janeiro, quando o Complexo passou por três dias de rebelião, motim que deixou três mortos, dois detentos, um deles decapitado, e um sargento da PM. Na mesma semana, os presos da Barreto Campelo também se rebelaram, deixando quase 30 presos feridos.

Nos últimos dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro, dois detentos morreram após serem feridos em tumultos no Complexo do Curado.

Diante da situação, os agentes penitenciários entregaram uma pauta de reivindicações ao governo. Entre os principais pontos da lista estão a reformulação do plano de cargos e carreiras da categoria, a elevação do adicional de risco de vida dos atuais 100% para 225% e aumento salarial que siga o padrão das demais classes da segurança pública. Além desses, a contratação de mais profissionais e melhores condições de trabalho.

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