No Viaduto das Cinco Pontas, os pedestres têm que dividir espaço com os veículos Foto: Mayra Cavalcanti/NE10
No meio do caminho tinha um viaduto. Isso é o que muitos pedestres da Região Metropolitana do Recife (RMR) pensam quando se deslocam de um ponto a outro e precisam passar por um viaduto. Apesar de nada impedir que as estruturas tenham um espaço reservado para quem está andando, é difícil encontrar um equipamento que o tenha. Dessa forma, o jeito é se arriscar por baixo mesmo.
Nos casos como o viaduto da Avenida Norte, na Zona Norte do Recife, construído na década de 70, o pedestre tem duas opções arriscadas: ou passam por entre os carros por cima da estrutura ou vão por baixo, tendo que atravessar, sem sinal ou faixa de pedestres, as quatro faixas no sentido Boa Viagem e as outras quatro no sentido Olinda. E é a este risco que a estudante Lara Ximenes, de 19 anos, se submete praticamente todos os dias.
Para pegar o ônibus, ela precisa atravessar a Agamenon por baixo do viaduto. "Passar por lá é complicado porque além de ser uma via muito larga, é uma das mais movimentadas e sempre tem muito ônibus, carrro, moto e caminhão. Tenho que esperar sempre muito tempo", declara. O viaduto das Cinco Pontas, construído no fim da década de 60, é outro problema. Sem um percurso alternativo e curto que ligue o Cais José Estelita ao Cais de Santa Rita, a única maneira para o pedestre é dividir a pista com os carros, ônibus, motos e bicicletas.
Diferentemente dos viadutos, as pontes dão um exemplo, mesmo que forçado, de que o pedestre também tem que ter o seu espaço. O professor de engenharia civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Leonardo Meira explica que as pontes precisam obrigatoriamente de calçada porque a passagem por baixo é impossibilitada devido à presença de água. "Como não tem como ir a nado, geralmente as pontes têm calçadas, mas existem viadutos com esta mesma necessidade, como o Capitão Temudo, que fica em cima de uma linha de trem. Cada situação tem que ser analisada particularmente", comenta.
De acordo com ele, não há impedimento estrutural para que os viadutos também sejam dotados de um lugar para quem está a pé. "A prioridade são os pedestres. Antes de fazerem o projeto dos viadutos, é preciso pensar em uma rota segura e cômoda para eles, seja por onde for. Por isso, no Temudo, tiveram que tirar o espaço dos carros para improvisar uma calçada. O ideal é pensar isso antes e já designar o espaço para o pedestre", declara.
A estudante Joyce Balbino, 19 anos, tem que deslocar todos os dias pelo Viaduto Capitão Temudo para chegar à escola. "O que complica é que eles improvisaram uma calçada apenas de um lado do viaduto (sentido Olinda-Boa Viagem) e, para voltar, tenho que ir do outro lado, pelos carros mesmo. Já levei queda para desviar deles, um perigo", afirma.
Assim como os viadutos, a Via Mangue também não possui um espaço próprio para os pedestres passarem. Para Leonardo, o fato de ela ser uma via expressa não justifica que não tenha calçada. "Toda via que você abre tem que ter calçada. A mobilidade deve ser feita para as pessoas e não para os automóveis, por isso eu acredito que teria que ser obrigatório que houvesse um espaço para quem está a pé", defende.
É o fato ou acontecimento de interesse jornalístico. Pode ser uma informação nova ou recente. Também diz respeito a uma novidade de uma situação já conhecida.
Artigo
Texto predominantemente opinativo. Expressa a visão do autor, mas não necessariamente a opinião do jornal. Pode ser escrito por jornalistas ou especialistas de áreas diversas.
Investigativa
Reportagem que traz à tona fatos ou episódios desconhecidos, com forte teor de denúncia. Exige técnicas e recursos específicos.
Análise
É a interpretação da notícia, levando em consideração informações que vão além dos fatos narrados. Faz uso de dados, traz desdobramentos e projeções de cenário, assim como contextos passados.
Editorial
Texto analítico que traduz a posição oficial do veículo em relação aos fatos abordados.
Patrocinada
É a matéria institucional, que aborda assunto de interesse da empresa que patrocina a reportagem.
Checagem de fatos
Conteúdo que faz a verificação da veracidade e da autencidade de uma informação ou fato divulgado.
Contexto
É a matéria que traz subsídios, dados históricos e informações relevantes para ajudar a entender um fato ou notícia.
Especial
Reportagem de fôlego, que aborda, de forma aprofundada, vários aspectos e desdobramentos de um determinado assunto. Traz dados, estatísticas, contexto histórico, além de histórias de personagens que são afetados ou têm relação direta com o tema abordado.
Entrevista
Abordagem sobre determinado assunto, em que o tema é apresentado em formato de perguntas e respostas. Outra forma de publicar a entrevista é por meio de tópicos, com a resposta do entrevistado reproduzida entre aspas.
Crítica
Texto com análise detalhada e de caráter opinativo a respeito de produtos, serviços e produções artísticas, nas mais diversas áreas, como literatura, música, cinema e artes visuais.