MMA

UFC 208 tem Spider, muito Brasil e nova campeã entre as mulheres

Wladmir Paulino
Wladmir Paulino
Publicado em 10/02/2017 às 18:06
Leitura:

Anderson Silva não vence uma luta há quase cinco anos. / Foto: UFC

Anderson Silva não vence uma luta há quase cinco anos. Foto: UFC

O UFC 208, neste sábado (11), no Brooklyn, em Nova Iorque vai agradar os fãs de todos os gostos das artes marciais mistas. Tem a nova categoria feminina (penas) que conhecerá sua campeã e nada menos do que cinco brasileiros no octógono, entre eles o ex-campeão dos médios, Anderson Silva, que tem por objetivo dar um fim à uma sequência antes impensável em sua gloriosa carreira: são quase cinco anos sem uma vitória, além de uma grave fratura e uma suspensão por doping.

Já que terminamos o parágrafo anterior falando de lendas, continuemos com elas. O Spider volta ao octógono depois de sua participação no UFC 200, em julho do ano passado. Chamado às pressas para o lugar de Jon Jones, que fora flagrado no antidopin, Silva aceitou enfrentar o campeão Daniel Cormier como meio-pesado. Perdeu por pontos mas saiu ovacionado.

Mas agora é hora de provar a muita gente que não está acabado. Menos o próprio adversário. Derek Brunson, oito anos mais jovem e uma posição abaixo do brasileiro no ranking (8º) acredita que seu rival tem muita lenha para queimar ainda e não tem dúvida ao afirmar que Anderson ainda é um dos melhores da categoria. "Ele passou por algumas situações estranhas. Bisping é o campeão, e Anderson o nocauteou, mas a luta foi reiniciada. Ele ainda é mais rápido que 95% dos pesos-médios. A habilidade ainda está lá", disse o norte-americano após os treinos abertos da última quinta (9).

Já o próprio Anderson Silva encara o combate com a naturalidade de quem fez isso a vida inteira. Ele até lembrou da época em que começou quando não havia divisão por peso nem um treino de campo específico para uma luta. "Subir lá e lutar, para mim, é muito fácil, muito natural. Faço isso como se estivesse entrando no quintal da minha casa", explicou.

Jacaré tenta retomar sequência de vitórias.

Jacaré tenta retomar sequência de vitórias.Foto: UFC

Também pelo peso médio, Ronaldo Souza, o Jacaré, tenta engrenar uma nova sequência que, finalmente, o leve para a tão sonhada disputa de cinturão. Depois de perder a invencibilidade no Ultimate para Yoel Romero em dezembro de 2015 ele recuperou-se ao nocautear o Fenômeno Vítor Belfort de forma arrasadora em maio do ano passado - inclusive ganhou o prêmio de performance da noite. Ele terá pela frente o norte-americano Tim Boetsch, com um cartel de 20 vitórias e dez derrotas.

Glover

E já que falamos em reabilitação, essa também é a palavra de ordem para o meio-pesado Glover Teixeira. Em agosto do ano passado ele foi nocauteado por Anthony Johnson no primeiro round mas manteve a boa posição no ranking (3º). Ele terá pela frente um lutador menos rodado, o norte-americano Jared Cannonier, com um cartel de nove triunfos e apenas uma derrota.

Glover enfrenta um adversário menos rodado.

Glover enfrenta um adversário menos rodado.Foto: UFC

Wilson

Por sua vez, o peso mosca Wilson Reis quer fazer da luta contra o japonês Ulka Sasaki o seu passaporte para desafiar o campeão Demetrius Johnson. Wilson é o quinto na lista dos moscas e vem de vitórias sobre Hector Sandoval e Dustin Ortiz, ambas no ano passado. Seu rival é profissional de MMA há sete anos mas tem poucas lutas no UFC. No ano passado, pr exemplo, subiu ao octógono apenas uma vez e venceu Willie Gates por finalização. E a luta agarrada é justamente seu ponto forte.

A carreira do veterano Roan Jucão, de 38 anos, é de idas e vindas no UFC. Na passagem atual ele compete desde 2015, quando reestrou contra Mark Muñoz no UFC 184 e venceu por finalização no primeiro round. Em sua penúltima ele perdeu para Derek Brunson, adversário de Anderson Silva deste sábado (11) - no combate anterior bateu Kenny Robertson. Para o UFC 208 vai lutar como peso meio-médio (77kg) e terá como rival Ryan LaFlare, que não luta desde o fim de 2015, quando bateu Mike Pierce por decisão unânime.

Mulheres

As mulheres ganham mais um espaço no UFC com a disputa de título da categoria peso-pena (65kg). A luta reúne a ex-campeã dos galos, Holly Holm e a holandesa Germaine de Randamie. As duas vêm em momentos distintos. Holly, depois de nocautear Ronda Rousey em novembro de 2015 perdeu o cinturão na primeira defesa, para Miesha Tate. Depois, não saiu da má fase ao perder para Valentina Shevchenko por decisão unânime em julho do ano passado. Também ex-campeã mundial de boxe, ela tem a missão de entrar na arena e provar que a vitória sobre Rousey não foi um golpe de sorte.

E terá muito trabalho pela frente, já que sua antagonista tem um estilo bem parecido. Germaine conta com dez títulos no muay thay em três categorias diferentes. São nada menos que 46 vitórias em 46 combates. No UFC o retrospecto não é o mesmo apesar de ter levado o mesmo estilo agressivo da arte tailandesa para o octógono. Nos últimos três combates ela venceu os dois mais recentes, ambos pelos galos. A última derrota foi justamente para a atual campeã daquela divisão, a brasileira Amanda Nunes, por nocaute.

CARD PRINCIPAL

Peso-pena (até 65,8kg)*: Holly Holm (65,5kg) x Germaine De Randamie (65,1kg)

Peso-médio (até 84,4kg): Anderson Silva (83,9kg) x Derek Brunson (84,4kg)

Peso-médio (até 84,4kg): Ronaldo Jacaré (84,3kg) x Tim Boestch (84,3kg)

Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Glover Teixeira (93,1kg) x Jared Cannonier (92,7kg)

Peso-leve (até 70,8kg): Dustin Poirier (70,4kg) x Jim Miller (70,1kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-meio-médio (até 77,6kg): Randy Brown (77,4kg) x Belal Muhammad (77,2kg)

Peso-mosca (até 57,2kg): Wilson Reis (56,8kg) x Yuta Sasaki (56,9kg)

Peso-leve (até 70,8kg): Nik Lentz (70,7kg) x Islam Makhachev (70,3kg)

Peso-mosca (até 57,2kg): Ian McCall (56,8kg) x Jarred Brooks (56,7kg)

Peso-pena (até 66,3kg): Rick Glenn (66,1kg) x Phillipe Nover (66kg)

Peso-médio (até 84,4kg): Ryan LaFlare (77,4kg) x Roan Jucão (77,1kg)

Mais lidas