Natação

Após veto ao maiô, homens perdem para mulheres em recordes na natação

Wladmir Paulino
Wladmir Paulino
Publicado em 05/08/2015 às 15:51
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Katie Ledecky pulverizou o recorde dos 1.500m livre. / Foto: AFP

Katie Ledecky pulverizou o recorde dos 1.500m livre. Foto: AFP

Desde o banimento dos trajes tecnológicos de poliuretano, que ajudavam na flutuação, em 2010, as mulheres bateram três vezes mais marcas do que os homens na natação. O Mundial de Kazan é prova disso. Em apenas três dias, o torneio já superou o seu antecessor em quantidade de recordes mundiais. Até esta terça-feira (4), haviam sido estabelecidas sete novas marcas, contra seis cronometradas ao longo de Barcelona-2013. É muito mais, também, do que houve em Xangai-2011 (apenas duas quebras).

Na Rússia, já são cinco recordes femininos e dois masculinos. Um dos fatores que auxiliam é o fato de elas ainda usarem traje, embora de constituição diferente, que cobre boa parte do corpo. Aos homens só é permitido o uso de bermuda, da cintura até acima do joelho. O material é o mesmo para os dois sexos.

O outro, segundo a brasileira Etiene Medeiros, que em dezembro passado bateu a marca dos 50 m costas em piscina curta (25 m), é a evolução e melhor preparação das mulheres.

"Pelo o que venho vendo, acho que na natação feminina as meninas estão mais sequinhas, algumas mais fortes. Além disso, temos conseguido manter um equilíbrio bom durante a temporada de treinamento e de competição", comentou a brasileira, que é favorita ao ouro nos 50 m costas em Kazan.

"Mas é muito bom saber que o feminino está batendo mais recorde mundial", complementou. De 2010 para cá, as mulheres bateram mais de 20 recordes e os homens, dez. Em Kazan, a norte-americana Katie Ledecky e a sueca Sarah Sjoestrom são os diferenciais da competição. Ledecky conquistou o ouro nos 1.500 m livre nesta terça (4) com a marca de 15min25s48, mais de dois segundos melhor do que registrara na semifinal da prova (15min27s71) -o que também foi recorde mundial.

Detalhe é que Ledecky, logo após ganhar o ouro nos 1.500 m, teve apenas cerca de 13 minutos para se preparar para a semifinal dos 200 m livre. Ela passou e disputa a final na tarde desta quarta (5), com possibilidade remota de novo primado.

Sarah também bateu duas vezes o registro mundial dos 100 m borboleta. Na semi, baixou em 24 centésimos o tempo-referência anterior, para 55s74. Na decisão, conquistou o ouro com 55s74.

Outro recorde feminino foi conseguido pela húngara Katinka Hosszu, nos 200 m medley. Ela passeou e venceu com 2min06s12, três centésimos mais rápida do que a marca anterior, que durava desde 2009.

Depois de passar em branco em Barcelona-2013, em Kazan os homens voltaram a bater primados. O sul-africano Cameron van der Burgh baixou o tempo da prova dos 50 m peito (26s62) nesta terça, e no mesmo dia o britânico Adam Peaty o superou (26s42). "O segredo é estar relaxado. Acho que este tempo ainda pode ser melhorado", afirmou Peaty.

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