Rafael Henzel foi um dos seis sobreviventes da tragédia com o avião da Chapecoense Foto: reprodução/Twitter
- Após transferência ao Brasil, Ruschel e Henzel apresentam evolução
- Alan Ruschel e Rafael Henzel impressionam médicos por condições clínica e emocional
- Alan Ruschel é o primeiro brasileiro a receber alta médica
- Ruschel chora pela perda de Danilo e diz que Follmann salvou sua vida
"Tenho minha data: dia 9 de janeiro, eu quero voltar a trabalhar E dia 25 de janeiro, eu quero narrar Joinville x Chapecoense. Não sei como eu vou subir naquelas cadeiras lá, se eu estarei com alguma dificuldade para caminhar, por causa das lesões. Mas não quero saber, dia 25 vou estar lá. Eu não vou deixar passar. Tenho um dever muito grande com a comunidade de Chapecó, que acreditou em mim. Se eles acreditam, eu vou fazer", declarou.
No dia 25, a Chapecoense estreará na Copa da Primeira Liga, justamente diante do Joinville. Por conta dos ferimentos da queda do avião, Henzel ainda não sabe exatamente as condições físicas que terá na data, mas isso não parece preocupar o jornalista, que prometeu se esforçar na recuperação para cumprir sua meta.
"Vou para casa, mas vou focar completamente no tratamento que resta, para eu voltar com tudo e com força, para dia 9 voltar a trabalhar na rádio e, a partir do dia 25, se deus quiser, acompanhar todos os jogos da Chapecoense", disse.
Henzel sofreu diversas fraturas no acidente, inclusive uma no pé esquerdo, que precisou ser submetido a cirurgia recentemente. Uma infecção hospitalar na Colômbia também atrasou um pouco o retorno do jornalista ao Brasil, o que aconteceu no início da semana passada, duas semanas após a tragédia nas cercanias de Medellín.
"Eu acordei e a primeira coisa que eu falei foi: 'O que é isso?' Achei que era um sonho, que alguém ia me acordar, dizer que pousamos. E não era isso. Eu consegui ver as luzes, chamei, não tinha nenhum socorrista próximo. Eles estavam no alto. Os socorristas desceram, me retiraram por trás. Fui carregado, tinha pedra, árvores, os caras paravam porque era muito pesado", lembrou do momento do acidente.
O jornalista também relatou os momentos que antecederam a queda do avião, que levava a Chapecoense para a primeira partida da decisão da Copa Sul-Americana e matou 71 pessoas. "Mudei de lugar quatro vezes. Sentava ao lado de um e conversava, depois em outro lugar. Até que sentei junto com o Djalma e começamos a conversar. Até o momento em que se apagaram as luzes. Eu lembro que a única coisa que falei era que o pior já tinha passado. Na minha cabeça, iria retomar os motores. A gente imaginava que havia uma autonomia para isso. E quando perguntávamos, falavam que em mais dez minutos chegaríamos, depois mais dez. De dez em dez, perdemos 71 vidas."