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Mesmo sem brilho, Real vence o Sporting em Lisboa

Por Álvaro Filho
Por Álvaro Filho
Publicado em 22/11/2016 às 19:11
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CR7 ficou apagado na partida / Foto: AFP

CR7 ficou apagado na partida Foto: AFP


LISBOA - Na véspera do jogo, o técnico Zidane havia citado uma "força estranha" que se apodera dos adversários que enfrentam o Real Madrid. Pois foi justamente tomado por ela que o Sporting de atuações irregulares na temporada igualou as forças contra o gigante espanhol. 

Na mesma entrevista, porém, Zidane lembrou que o Real é grande e não foi a Lisboa a passeio. Que joga para vencer. Sempre. E nesse duelo entre o ímpeto e a qualidade, venceu o segundo. Mesmo sem brilho, o Real Madrid dobrou o rival nesta terça (22), vencendo o Sporting por 2x1, diante do maior público da história de Alvalade: 50.045 "adeptos" presentes.
Qualidade traduzida em aproveitar a única chance que o Real teve no primeiro tempo, na única jogada produtiva de Ronaldo em todo jogo: uma pedalada que terminou em falta na lateral da área. Na cobrança, a bola ziguezagueou para se oferecer ao zagueiro Varane abrir o placar, aos 28 minutos. 

Qualidade também para aos 42 do segundo arrefecer os ânimos de um adversário - que ganhou lenha após empatar o jogo aos 35, com Adrien Silva, de pênalti - através de uma cabeçada certeira de Benzema, sacado do banco para tentar tirar os espanhóis do próprio campi.

Para falar a verdade. Zidane colaborou com a tal "força estranha", ao desmontar o trio "BBC" - Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo em Alvalade. Com o francês no banco, o Real foi uma sombra da locomotiva que atropelou o Atlético no clássico de Madri há quatro dias. Ofereceu terreno para que o Sporting criasse as melhores (e várias) chances de gol. 

Mas futebol não vive de "ímpeto", e sim, de gols. No final, pesou a qualidade que de valer a máxima de Zidane do Real jogar para ganhar, sempre. E que ele e os jogadores realmente não vieram a Lisboa a passeio.

Com a vitória, o Real Madrid segue na Champions League e decide a liderança contra o Borussia Dortmund na última rodada, enquanto o Sporting está a um empate de garantir vaga na UEFA League. 

O BOM FILHO

O jogo marcou o retorno de Cristiano Ronaldo a Alvalade - com direito a ser aplaudido mais que qualquer jogador do time da casa. 

Não por acaso: Ronaldo chegou no clube aos 11 anos e foi lapidado até encantar Sir Alex Ferguson justamente na partida de inauguração do estádio, em 2003. 

Foi o primeiro e único jogo de Ronaldo em Alvalade com a camisa do Sporting, contratado logo em seguida pelo Manchester United. 

Nesse retorno, porém, Ronaldo teve atuação em campo discreta.

A NOVA PROMESSA

Também lapidada na mesma forja de Cristiano Ronaldo - e de Luís Figo, é bom lembrar - o atacante Gelson é considerado a nova promessa em Alvalade.

Veloz, chamou a atenção de Zidane no jogo de ida da Champions e repetiu a dose nessa terça. Há quem diga que pode estar do mesmo lado que Ronaldo, em breve.

Aos 21 anos, Gelson assim como Ronaldo, não nasceu em Lisboa. Se o atual ídolo é de Funchal, na Ilha da Madeira, o candidato a futuro ídolo é de Cabo Verde. 

SEM TEMPERO

Se Ronaldo foi ovacionado pelos patrícios, a mesma sorte não teve o lateral Coentrão. O jogador, que vestiu a camisa do rival Benfica, substituiu o brasileiro Marcelo no segundo tempo e levou a maior vaia do jogo.

Machucado, o luso-brasileiro Pepe, que jogou no Porto, não veio a Lisboa e escapou da vaia. 

O BAD BOY

Além de Ronaldo, outra lenda do futebol entrou em Alvalade. O craque francês Éric Cantona foi agraciado antes do jogo com o título de sócio número 150 mil do Sporting.

Cantona deu azar de jogar na geração francesa pós-Platini e pré-Zidane, excetuando ele, de pouca inspiração. Mas faz história no Manchester United, com fama de bad boy.

Atualmente, é comentarista de TV e, pasmem, celebrado ator de cinema, com mais de duas dezenas de filmes no currículo, entre eles o ótimo "À Procura de Éric", de 2009.

Ficha do Jogo:

Sporting: Rui Patricio; João Pereira, Coates, Rúben Semedo e Marvin; Wilian, Adrien e Bruno César (Campbell); Bas Dost (Bas Dost) Bryan Ruiz (Schelloto) e Gelson. Técnico: Jorge Jesus.

Real Madrid: Navas; Karvajal, Sérgio Ramos; Varane e Marcelo (Coentrão), Isco (Benzema), Modric, Lucas Vasquez e Kovacic; Bale (Asensio) e Cristiano Ronaldo. Técnico: Zidane.

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