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Qatar diz que entrega primeiro estádio em 2016 e insiste em Copa no verão

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 27/01/2015 às 13:00
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O Qatar apresentou nesta terça-feira (27), em Doha, uma atualização dos projetos dos estádios para a Copa do Mundo de 2022.

Cinco deles já estão no início das obras: Al Wakrah, Qatar Foundation (o que fica na Cidade da Educação), Al Bayt (na cidade de Al Khor), Khalifa e Al Rayyan. Estes dois últimos estádios já existiam e estão passando por reforma ou reconstrução total.

Segundo o Comitê Supremo para Entrega e Legado, ainda não está decidido se a Copa terá 12 (como apresentado na candidatura) ou oito estádios. A definição sairá ainda este ano.

Em 2016 será criado o Comitê Organizador Local. Todos os órgãos, assim como os estádios, porém, pertencem e respondem ao governo do emirado.

De acordo com o plano do Qatar, o primeiro estádio a ficar pronto será o Khalifa, em 2016, seis anos antes do Mundial.

Estádio para 40 mil espectadores e o mais próximo do centro de Doha, o Khalifa foi aberto em 1976 e passou por uma reforma em 2005. Agora está sendo totalmente reformulado, novamente, para também ser sede do Mundial de atletismo, em 2019.

Já em 2018, quando acontece a Copa na Rússia, os qataris prometem entregar outros três estádios: Al Wakrah (a 15km ao sul de Doha, para 40 mil espectadores), o da Fundação Qatar (mais central e para 40 mil) e Al Bayt (para 60 mil torcedores, a 35 km da capital).

Já o estádio de Al Rayyan, apesar de já ter sido totalmente demolido para o reinício das obras, ainda não teve data e detalhes apresentados nesta terça (27) porque falta o projeto ser finalizado.

Em relação ao demais estádios da primeira Copa em um país árabe, o comitê diz que as imagens existentes hoje são meramente ilustrativas, pois não há projeto nem design deles finalizados. Nem mesmo do estádio de abertura e encerramento do mundial, em Lusail, cidade planejada que ainda está sendo construída.

PERÍODO DA COPA - Além da apresentação da evolução do projeto, o diretor-executivo de comunicação e marketing do comitê, Nasser Al Khater, falou sobre a indefinição sobre o período em que a Copa deve ser disputado no pequeno e rico país do Oriente Médio.

"Haverá uma reunião, em Doha, entre 23 e 25 de fevereiro, e será tomada a decisão final pela Fifa. Esperamos a solução desse assunto. Não sabemos. Nós estamos convencidos em realizar no verão. Estamos confiantes em realizar em qualquer época", afirmou Al Khater.

Segundo o dirigente, o Qatar já tem tecnologia para resfriar os estádios e os centros de treinamento durante a Copa no verão, em junho e julho, quando as temperatura no país chegam à 50ºC durante o dia. "Não é um mito [a tecnologia de refrigeração], ela já existe", disse o dirigente.

Técnicos do comitê disseram que é possível ter ar-condicionado em todos os 64 locais de treinamento e e os oito ou 12 de jogos com temperatura no campo perto dos 26º e para os torcedores entre 26ºC e 28ºC.

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, no entanto, disse na semana passada ao SporTV que a Copa de 2022 deve ser realizada entre os meses de novembro e dezembro ou janeiro e fevereiro. Nesta época do ano, inverno no Qatar, as temperaturas variam de 13ºC a 28ºC.

"É claro que não será em junho e julho. Já foi discutido no Comitê Executivo [da Fifa], [o presidente] Joseph Blatter falou sobre isso, Michel Platini [presidente da UEFA] e o comitê médico, que disse que esse não será um bom período. Ou será no começo ou no final de 2022, isso que vamos debater", disse Valcke à emissora brasileira.

Já o Qatar parece querer provar que pode realizar o Mundial de futebol em qualquer período. Como argumento, ainda apresentaram vídeo com a realização da Fan Fest da Copa de 2014 em Doha. Houve dois locais de concentração da torcida local para assistir ao Mundial no Brasil. Em um deles, para cerca de 13 mil torcedores, dizem que enquanto a temperatura externa era de 41ºC, internamente a festa era organizada com 22ºC.

ACUSAÇÕES - O diretor-executivo de comunicação e marketing do comitê qatari para a Copa também comentou sobre as acusações de compra de votos, corrupção, maus-tratos aos trabalhadores das obras e mortes de estrangeiros nos locais onde serão erguidos os novos estádios.

De acordo com Nasser Al Khater, as denúncias são "falsas e incorretas". "Se a investigação for justa e ética, não teremos problemas", afirmou.

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