No Chile

Chilenos têm fé e argentinos confiam no retrospecto na final da Copa América

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 03/07/2015 às 21:53
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FInal da Copa América neste sábado entre Chile e Argentina reascendeu a rivalidade entre os países / Foto: AFP

FInal da Copa América neste sábado entre Chile e Argentina reascendeu a rivalidade entre os países Foto: AFP

Os torcedores chilenos têm fé e esperam "ganhar alguma coisa um dia". Os argentinos apelam para a história e para o fato de contarem com "os melhores jogadores do mundo". A final da Copa América neste sábado entre Chile e Argentina reascendeu a rivalidade entre os países.

Em Santiago, onde chilenos e argentinos medirão forças numa final inédita, os locais não têm dúvidas: das mãos de uma geração de ouro, repleta de jogadores talentosos, virá o primeiro título da história do país. "O Chile vai ganhar porque jogamos em casa e somos superiores (...) Os argentinos deixaram de ser os melhores", declarou à AFP Guillermo Dolesan, um confiante torcedor chileno.

"Sempre segundos... sempre terceiros, mas nunca primeiros. Esperamos que agora as coisas sejam diferentes. Nada é impossível", afirmou Enzo Jaque, outro torcedor, que ganha um dinheiro vendendo bandeiras e gorros da 'Roja' no centro de Santiago. Os poucos argentinos que passeavam pelo centro da capital chilena estavam convencidos que irão estragar a festa do anfitrião.

"A Argentina vai jogar melhor com todo mundo torcendo contra, porque a Argentina tem os melhores jogadores do mundo", garante Gabriel, que viajou ao Chile junto com três amigos para ver a final, que pode valer o primeiro título da Alviceleste em 22 anos. Em Buenos Aires, também reinava a confiança.

"O Chile está confiante, mas vamos ganhar por 3 a 0", afirmou à AFP Alan Cisilin, un estudante de economia. Carlos Canaveri, de 26 anos, concorda: "Argentina vai ganhar tranquilamente". Cerca de 12.000 argentinos são esperados na capital chilena para assistir ou estar perto da final deste sábado, apesar de apenas 2.000 torcedores alvicelestes terem direito a ingresso.

É FUTEBOL, NÃO GUERRA - O duelo fez lembrar da grande rivalidade entre as equipes, desde que ambos os países chegaram perto de entrar em guerra em 1978 e que o ditador chileno Augusto Pinochet (1973-1990) apoiou a Grã-Bretanha no conflito nas Ilhas Malvinas, em 1982.

Duelo fez lembrar da grande rivalidade entre as equipes, desde que ambos os países chegaram perto de entrar em guerra

Duelo fez lembrar da grande rivalidade entre as equipes, desde que ambos os países chegaram perto de entrar em guerraFoto: AFP

No centro da cidade, uma pequena discussão entre torcedores pôde ser vista: "Não somos traidores", argumenta um chileno a um grupo de argentinos, reclamando do canto da torcida alviceleste que critica o apoio do Chile aos ingleses nas Malvinas. "Isso é futebol, isso não tem nada a ver", responde um torcedor argentino, baixando o tom da discussão, que rapidamente volta a se concentrar na final de sábado.

"Para vocês, é bom que o melhor jogador do mundo não acorde", declarou o argentino, referindo-se a Lionel Messi, astro do Barcelona. "Temos Alexis Sánchez para enfrentá-lo", responde o chileno. "O time que controlar melhor a bola no meio de campo vai ganhar. Os dois atacam loucamente, mas costumam se descuidar lá atrás. A hostilidade? As pessoas misturam isso com a política, mas não tem nada a ver", resumiu o publicitário chileno Luis Zambrano, de 30 anos.

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