Fórmula 1

Hamilton e Rosberg trocam farpas depois da dobradinha na China

Wladmir Paulino
Wladmir Paulino
Publicado em 12/04/2015 às 19:50
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A entrevista coletiva realizada depois da corrida, vencida por Hamilton, aconteceu num clima muito pesado / Foto: AFP

A entrevista coletiva realizada depois da corrida, vencida por Hamilton, aconteceu num clima muito pesado Foto: AFP

A Mercedes voltou a mostrar sua hegemonia na Fórmula 1 neste domingo, com mais uma dobradinha do Grande Prêmio da China, depois de deixar escapar a vitória na Malásia, mas a escuderia precisou lidar novamente com tensões entre seus dois pilotos, Lewis Hamilton e Nico Rosberg.

A entrevista coletiva realizada depois da corrida, vencida por Hamilton, aconteceu num clima muito pesado, com Rosberg acusando o inglês de ter diminuído o ritmo para dar mais chances ao terceiro colocado Sebastian Vettel (Ferrari) de ultrapassá-lo.

O piloto alemão da Mercedes perdeu a calma quando ouviu o companheiro de equipe dizer que "não foi ameaçado em nenhum momento da corrida".

"Acho interessante ouvir você falar que só pensou em você mesmo lá na frente, porque, obviamente, isso complicou minha corrida. Ao guiar mais devagar do que o necessário, você deu a possibilidade a Seb de me ultrapassar", reclamou Rosberg.

O alemão alegou ter trabalhado apenas em prol da equipe, ao "cobrir" Hamilton nas mudanças de pneus, e acusou o inglês de tê-lo prejudicado.

"No final, os meus pneus estavam totalmente estragados porque precisei esperar muito até fazer a troca. Não gostei nada disso", disparou o atual vice-campeão mundial, com cara de poucos amigos.

A resposta de Hamilton foi tão ríspida quanto as acusações do companheiro. "Não é meu trabalho lidar com a corrida de Nico. Meu trabalho é lidar com meu carro e levá-lo o mais rápido possível até o final da corrida, e foi o que eu fiz. Não fiz nada intencional para diminuir o ritmo de outros carros", defendeu-se o bicampeão de 2008 e 2014.

'Egocêntricos desgraçados'

Poucas horas depois, o chefão da escuderia alemã, Toto Wolff, tentou colocar panos quentes na polêmica.

"Temos que tomar cuidado para não apontar o dedo para ninguém meia hora depois da corrida. Era uma situação complicada. Hamilton precisava controlar o desgaste dos pneus, e isso dificultou a tarefa de Nico, que foi afetado", analisou o diretor da Mercedes-AMG.

Wolff reafirmou que deixará sempre seus pilotos ter uma rivalidade "intensa", desde que "não coloque em xeque o resultado da corrida".

Já o ex-piloto Niki Lauda, também dirigente da escuderia, foi bem menos politicamente correto, ao chamar Hamilton e Rosberg ironicamente de "egocêntricos desgraçados".

"Lewis era melhor neste fim de semana, ponto final", sentenciou o tricampeão mundial de 1975, 1977 e 1984.

O treino classificatório de sábado também aconteceu em clima tenso, com Rosberg visivelmente por perder a pole position por quatro centésimos.

O alemão deixou de cumprimentar Hamilton, mas fez questão de cumprimentar o compatriota.

Os dois pilotos da Mercedes têm praticamente a mesma idade (nasceram em 1985) e chegaram a ser amigos de infância, quando praticavam kart juntos, mas a relação entre eles começou a azedar no ano passado, principalmente no GP da Bélgica, quando Rosberg bateu na traseira de Hamilton, quando o inglês estava liderando a prova.

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