Sem fronteiras

Apesar da crise, mochileiros viajam muito gastando pouco

Rafael Paranhos
Rafael Paranhos
Publicado em 12/04/2016 às 18:06
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Leonardo largou o emprego para apostar na atividade autônoma; como mochileiro, viajou para 9 estados  / Foto: Leonardo Melo/ Cortesia

Leonardo largou o emprego para apostar na atividade autônoma; como mochileiro, viajou para 9 estados Foto: Leonardo Melo/ Cortesia

A estrada pode ser considerada a segunda casa para os autônomos Leonardo Melo, de 23 anos, e Anny Ortega, 35. É na imensidão da rodovia que eles se perdem no mundo, mas onde se encontram interiormente. Com uma mochila nas costas, os pernambucanos viajam boa parte do Brasil e de outros países da América em busca de conhecer lugares paradisíacos, e com um custo acessível. Com a crise financeira que arrocha o Brasil, os mochileiros dão dicas para quem pretende economizar se aventurando pelas fronteiras.

Decidido a explorar as belezas naturais do País, Leonardo abriu mão do emprego para apostar numa área independente. “Larguei meu trabalho assalariado há dois anos para buscar uma rotina mais alternativa. Agora, abri minha empresa para festas e casamentos, além de estudar, e viajo a cada três meses. Foi a melhor coisa que fiz na minha vida”, garantiu.

Viajar não é apenas sinônimo de se desconectar da rotina, mas também de se adaptar às mudanças de vida. Foi o que aconteceu com Leonardo e Anny que adotaram a simplicidade, o desapego e a solidariedade como filosofia de vida. “Cresci muito como ser humano viajando pelo País; aprendi a enxergar a beleza até nas coisas mais simples. Mesmo sabendo que o mundo está um caos, as experiências me fizeram acreditar que o bem ainda existe.”, relatou Leonardo.

Viajando sozinho, ele contou que já passou por Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Natal, Aracaju, Brasília, São Luís e João Pessoa. A última viagem foi no estado na Bahia, mas ele já planeja embarcar para outro estado do Brasil – ainda em definição. “Nosso País é riquíssimo em paisagens culturais e naturais, por isso decidi explorar nossas belezas”, assegurou, sobre desbravar o Brasil.

Para Leonardo, a ideologia do mochileiro é viajar muito gastando pouco. “Para se deslocar, a gente sempre pega carona com outros viajantes, o que já economiza. Além disso, garimpo as páginas de passagens aéreas em busca do melhor valor. Já para hospedagem, sempre fico em hostel (albergues), que tem um custo benefício, pagando a diária entre R$ 50 e R$ 70, que varia de acordo com o local, estrutura e oferta”, explicou Leonardo. O jovem ainda lembrou que uma passagem aérea promocional entre São Paulo e Curitiba custou R$ 28 durante uma viagem que realizou por alguns estados.

Anny também faz acampamento uma vez por mês

Anny também faz acampamento uma vez por mêsFoto: Anny Ortega/ Cortesia

Anny também pegou carona como mochileira pela primeira vez em 2012, quando embarcou para o México. Para quem pensa em se aventurar pelo país afora, ela explica que a página Couchsurfing reúne aventureiros de todo mundo. "Nesse site, as pessoas têm que fazer o cadastro para se conectar. A partir disso, qualquer pessoa pode escolher se hospedar na casa de um mochileiro, de acordo com da descrição, do perfil e da referência", indicou. Para realizar o cadastro no site, contou Anny, o interessado deve informar o número do cartão de crédito.

"Nunca tive nenhum problema, sempre fiquei na casa de pessoas que nunca vi na minha vida. Para se tornar um mochileiro, a pessoa tem que ter coração aberto, tem que ser aventureiro, porque você não sabe onde vai ficar, nem com quem vai encontrar", justificou, sobre o interesse em se aventurar e incorporar a essência do mochileiro. Nos últimos quanto anos, ela já atravessou os países da América como o México, Argentina, Uruguai, Equador e Chile.

Na última viagem, realizada durante nove dias no início do ano, a pernambucana gastou, ao todo, R$ 1 mil, sendo R$ 372 com a passagem aérea entre a conexão Recife-Santiago. Anny também planeja conhecer a Colômbia ou Peru na próxima viagem, prevista para o fim deste ano.

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