Teatro Guararapes

Com teatro lotado, Jorge Vercillo põe "um fim à espera" dos fãs e encanta em show em Olinda

Maria Luiza Veiga
Maria Luiza Veiga
Publicado em 02/11/2015 às 14:05
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Jorge Vercillo lotou o Teatro dos Guararapes, em show que comemorava seus 20 anos de carreira / Foto: reprodução/Facebook

Jorge Vercillo lotou o Teatro dos Guararapes, em show que comemorava seus 20 anos de carreira Foto: reprodução/Facebook

Por alguns breves minutos da noite desse domingo (1º), todas as mulheres no Teatro Guararapes, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, sentiram como se pudessem unir o mar com o olhar; foi o cantor carioca Jorge Vercillo quem trouxe aquele poder a cada uma delas. O artista conseguiu (re)unir todo o espaço para o show - que celebrava seus 20 anos de carreira - e começou com "Ela une o mar" e todo o uníssono da plateia.

Já em "Avesso", canção que conta a estória de amor entre dois homens, Vercillo disse: "se tem um lugar que ela [essa música] é importante, este lugar é aqui". O porquê da frase não saberemos; não conseguimos falar com o cantor ao final do show. Na famosa "Encontro das Águas", ao invés da dor habitual que a música transpassa, Jorge surpreendeu com um samba; indo de poeta à dançarino em poucas notas.

"Permissão", "Talismã Sem Par" e "Silêncio na Favela" foram algumas das músicas do novo álbum "Extra Físico", ainda em construção, que provaram que o fã recifense está com a língua afiada e em dia com o trabalho do artista. O projeto deve ficar pronto ao final deste ano ou no começo do próximo. Seguimos no aguardo.

Mas foi em "Homem Aranha" que o público perdeu literalmente o controle: os fãs se levantaram das respectivas cadeiras e invadiram a ordem que havia em frente ao palco. Euforia das maiores e um 'aperto daqueles' para os corajosos que se dispuseram a disputar os poucos metros mais próximos do Vercillo. 

Depois do furor, o cantor pediu 'paciência' e disse que a descontração seria depois; nesse momento toda a banda saiu do palco e só ficamos nós, Vercillo e o violão. Nesse momento intimista, ele pediu que os fãs sugerissem as músicas que, segundo ele, seriam 'menos conhecidas'. Ao som de "Delicadeza", por exemplo, casais trocavam olhares, juras de amor e beijos. Três músicas românticas depois, o palco virou festa novamente. 

"Líder dos Templários", "Me Transformo em Luar" e "Arco-Íris" deram o tom de baladinha. Para encerrar, a idolatrada "Monalisa" e "Que Nem Maré"; a última deu o tom de despedida quando a banda deu aquela saída 'fake' e todas as luzes se apagaram. O coro ficou por conta do "Jorge, Jorge, Jorge!".

"Toda Espera [tem seu fim]" e ele voltou a arrancar suspiros. "Achei que ele não voltaria", disse uma fã receosa. Na cadeira de trás, outro admirador: "ele só pode sair depois que cantar 'Fênix". O desejo foi atendido logo depois, como se Jorge pudesse ouvir. "Fênix" arrancou lágrimas do público e falsetes do cantor, que tem um potencial vocal fortíssimo - o que não é novidade para ninguém. Por fim, literalmente, "Final Feliz" e seus vários saltos em cena alegraram um público que devorava todas as canções e só queria mais, sempre mais e nada mais. 

ASSALTO - Em conversa com o público, entre uma música e outra, Jorge contou que foi vítima da insegurança da capital pernambucana. Na saída do Aeroporto do Recife/Guararapes Gilberto Freyre, dois "moleques", como ele se referiu, apontaram uma arma para o vidro do carro em que o artista estava e roubaram os celulares dele e de outro músico que o acompanhava.

Os jovens teriam afirmado que venderiam os aparelhos para comprar crack. Apesar disso, o cantor disse que desejava "tudo de bom" para os meninos, mas que quem precisava de "craque" era o Flamengo, arrancando risadas do público.

Confira o bate-papo do Portal NE10 com Jorge Vercillo antes do show, quando o artista recebeu os fãs:

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