Há 108 anos nascia Carmen Miranda, a 'pequena notável'

Cássio Oliveira
Publicado em 09/02/2017 às 10:34
https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2017/02/09/normal/d46603e090ca3e6218feae85ecf26afd.jpg Foto: JC


A morte de Carmen Miranda deixou a musica brasileira órfã de sua voz marcante Foto: EBC

Em 9 de fevereiro de 1909, há exatos 108 anos, que nascia em Várzea da Ovelha e Aliviada, Portugal, aquela que se tornaria uma marca brasileira no mundo: Carmen Miranda.

A portuguesinha ou pequena notável, como era conhecida, eternizou as composições de Dorival Caymmi, Pinxinguinha e Ary Barroso.

Maria do Carmo Miranda da Cunha, seu nome de batismo, tornou-se brasileira por adoção, pois sua família mudou-se para o Rio de Janeiro quando ela tinha apenas 1 ano de idade.

Como eram muito pobres, ela precisava ganhar algum dinheiro para ajudar a família. Assim, foi trabalhar no ateliê de Madame Anaïs, centro do Rio de Janeiro. Isso foi determinante para a criação de seus futuros looks.

Carmen começou a cantar em festas que aconteciam pela cidade e em 1929, graças ao apoio do compositor Josué de Barros, gravou seus primeiros discos: pelas gravadoras Brunswick e RCA Victor. Apesar de gostar muito de tango, Carmen Miranda apostou na gravação de marchinhas, que ficaram eternizadas pelas apresentações icônicas e sua voz peculiar.

O sucesso chegou em 1930, com a marchinha Pra você gostar de mim (ou "Taí"), de Joubert de Carvalho.  Entre as canções interpretadas por Carmen, algumas permanecem até hoje no imaginário popular: "Chica-chica-bum-chic", Isto é lá com Santo Antônio, O que é que a baiana tem?, "O tique-taque do meu coração" e "South american way".

Em 1933, realizava sua primeira turnê internacional, cantando na Argentina (Buenos Aires), para onde voltou no ano seguinte. Já era chamada de "a maior cantora brasileira" ou "a cantora do it".

Depois de estrear no filme "Alô, alô carnaval", foi contratada - juntamente com sua irmã, Aurora Miranda, também cantora - para fazer parte do elenco permanente do Cassino da Urca, o local de shows mais famoso na década de 1930.

Em 1939, Carmen conheceu o empresário norte-americano Lee Shubert, que a levaria para os EUA, juntamente com o Bando da Lua (o grupo musical que a acompanhava em suas apresentações). Ela atuou em inúmeros filmes de Hollywood, além de se apresentar em programas de rádio e de televisão, casas noturnas e cassinos, chegando inclusive a a fazer parte de um show na Casa Branca.

A decadência veio quando seu marido, que era também o empresário, não conduziu adequadamente os negócios. Além disso, Carmen tornou-se alcoólatra e dependente de barbitúricos. De volta ao Brasil em 1954, submeteu-se a um tratamento de desintoxicação, mas com resultados apenas parcialmente positivos.

De volta aos EUA em abril de 1955, reiniciou as exaustivas turnês e, no início de agosto, apresentou-se no programa do comediante Jimmy Durante, quando teve um mal-estar. Nessa mesma noite, depois de cantar para amigos em sua residência e recolher-se, sofreu um ataque cardíaco fulminante.

O corpo de Carmen Miranda foi transladado para o Brasil. O cortejo fúnebre reuniu cerca de meio milhão de pessoas. No Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de janeiro, o governo criou o Museu Carmen Miranda.

Carmen Miranda recebe homenagem em Doodle do Google nos 108 anos

Foto: Reprodução / Google

A atriz, cantora e dançarina, é homenageada, nesta quinta-feira (9), sendo tema do Doodle do Google. Em clima de pré-Carnaval, o desenho na página inicial do buscador traz Carmen rodeada de dançarinas uma imagem bastante colorida e animada, assim como ela.

Para homenagear a cantora, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), instituição que trabalha na defesa dos direitos autorais dos artistas que têm suas músicas executadas publicamente, fez um levantamento inédito das obras musicais interpretadas por ela.

Confira abaixo o TOP 15 

Título da obra musical / Referência autoral

1. Ta-hí - Joubert de Carvalho 

2. Adeus batucada - Synval Silva

3. Mamãe eu quero - Jararaca/Vicente Paiva

4. Camisa listrada - Assis Valente

5. Balancê - Braguinha/Alberto Ribeiro

6. Tico-tico no fubá - Miguel Lima/Zequinha de Abreu

7. Quando eu penso na Bahia - Ary Barroso

8. O tic-tac do meu coração - Alcyr Pires Vermelho/Walfrido Silva

9. Cachorro vira-lata - Alberto Ribeiro

10. Touradas em Madrid - Braguinha/Alberto Ribeiro

11. No tabuleiro da baiana - Ary Barroso

12. E o mundo não se acabou - Assis Valente

13. O que é que a baiana tem - Dorival Caymmi

14. Boneca de pixe - Ary Barroso/Luis Iglezias

15. Como vaes você - Ary Barroso

Fonte: Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).

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