Tatuagem

Apaixonados por Recife e Olinda tatuam na pele as cidades-irmãs

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 10/03/2017 às 3:55
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A jornalista Anna Tiago "leva" o Sítio Histórico de Olinda para todos os lugares / Foto: Anna Tiago/Cortesia

A jornalista Anna Tiago "leva" o Sítio Histórico de Olinda para todos os lugares Foto: Anna Tiago/Cortesia

Um amor que transcende e precisa ficar visível, marcado na pele para sempre. É o que sentem os apaixonados pelas cidades do Recife e Olinda — as duas farão 480 e 482 anos, respectivamente, neste domingo (12) — que resolvem fazer tatuagens em homenagem às cidades-irmãs.

A jornalista Anna Tiago decidiu marcar a pele com seu amor por Olinda no fim de 2015. Natural da cidade mundialmente conhecida por seu Carnaval nas ladeiras, ela sempre amou ter nascido lá. “Quando me perguntam de onde eu sou, sempre digo ‘de Olinda, nascida e criada’. É um orgulho que nem sei explicar. Minha ligação com a cidade é de berço mesmo. Nasci no Bairro Novo, cresci correndo pelas ruas de Jardim Atlântico e ouvindo as histórias da minha avó sobre a Rua do Farol”, relembra Anna, citando os locais olindenses com os quais tem maior vínculo.

Após 27 anos morando na cidade, no início deste ano ela precisou se mudar para a capital pernambucana, mas a saudade de Olinda é amenizada com a imagem o tempo inteiro em sua perna direita.

“É em Olinda que me sinto em casa e em paz. Por mim, não arredava o pé. Mas, como eu sei que, em certos momentos, é necessário criar asas e se afastar um pouquinho das limitações da minha cidade natal, resolvi carregá-la comigo pra onde quer que eu vá, pra que eu não esqueça, em momento algum, minhas origens. É por isso que Olinda hoje tá cravada na pele, além do coração”, poetiza a jornalista.

Tatuador destaca desenhos que fazem homenagem às cidades

O trabalho feito na pele de Anna foi criação do tatuador Nando Zevê, que possui estúdio no Pina, Zona Sul do Recife, e está há 11 anos no ramo. Ele conta que já fez diversos trabalhos que homenageiam as duas cidades. “Em geral, aqueles que tatuam esse tema são fanáticos pela nossa cultura popular, pela arquitetura e cores de nossas cidades. Muitos dos clientes que tatuei também moram longe da nossa terra, e por isso fazem esse tipo de homenagem para se sentirem um pouquinho mais pertos daqui”, conta. 

Ele próprio tem na pele um símbolo da natureza local, o chié. “Aquele caranguejinho pequeno que fica no mangue, essa tattoo pra mim faz uma ligação com o manguebeat”, comenta ao lembrar de Chico Science, artista que fez parte da criação do movimento musical e tem seu retrato desenhado na pele de muitos clientes de Nando.

Entre os desenhos que já fez, Nando destaca a arquitetura histórica de Olinda, com as casinhas, a igreja e o farol, e o Marco Zero do Recife.

“As homenagens mais frequentes são feitas com os personagens e símbolos do nosso Carnaval, como o Homem da Meia-Noite, caboclos de lança, sombrinhas de frevo e por aí vai. Tem gente que gosta de algo mais minimalista, que já me procurou para tatuar as coordenadas geográficas do Recife Antigo e do Sítio Histórico de Olinda”, diz.

Nando Zevê/Cortesia
Homem da Meia-Noite, símbolo do Carnaval de Olinda, é um desenho muito pedido pelos clientes - Nando Zevê/Cortesia
Nando Zevê/Cortesia
Caboclo de lança também é personagem que fica marcado na pele dos apaixonados por Recife e Olinda - Nando Zevê/Cortesia
Nando Zevê/Cortesia
O Marco Zero do Recife - Nando Zevê/Cortesia
Nando Zevê/Cortesia
Tatuagem de Baobá, árvore que fica à beira do Capibaribe, rio que corta o Recife - Nando Zevê/Cortesia
Anna Tiago/Cortesia
- Anna Tiago/Cortesia

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