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Faça login ou cadastre-seFoi bastante acertada a decisão da organização do Cine PE em tornar sua noite de abertura uma comoção com sabores pernambucanos. Depois do sucesso que foi a exibição do curta Recife Frio, o longa exibido nesta segunda-feira (26), O Bem-Amado, mostrou que Guel Arraes - uma das crias mais bem-sucedidas dessa terra - tornou bastante conhecida sua estética, fácil de ser reconhecida entre as diversas classes e tipos de público. O diretor recebeu homenagem nesta primeira noite do festival.
Recife Frio é aclamado na abertura do Cine PE
O filme eleva à máxima potência o estilo de Guel: um cinema acessível e, o mais importante, autoral. Fato esse que fez seus filmes anteriores levassem milhões de pessoas às salas de exibição. O Bem Amado ainda apresenta bem outros elementos a essa receita infalível de fazer um filme bem feito e ainda assim com bastante rigor estético, que é fazer uma crítica social utilizando a política.
O diretor já havia explorado essa temática em outros filmes, como O Auto da Compadecida (de Ariano Suassuna), mas este novo longa vai além ao tratar de forma escrachada a corrupção do prefeito Odorico Paraguaçu e outros personagens. Também faz diversas referências a fatos reais da política brasileira, como a campanha das Diretas Já, a renúncia de Jânio Quadros e a ditadura militar.
Escrita pelo dramaturgo Dias Gomes, em 1962, O Bem Amado virou peça de teatro, novela em 1973 e se tornou marco na teledramaturgia brasileira por ter sido a primeira novela em cores e pelo sucesso de audiência. Apesar das críticas do apelo histriônico ou, para alguns, um namoro com a comédia pastelão de seriados como Zorra Total, a narrativa de Guel Arraes dá ritmo eletrizante para uma sátira social, cheia de críticas a tipos ainda bem presentes em nosso cotidiano.
Guel Arraes conseguiu mais uma vez dialogar com o imaginário coletivo de sua plateia. Destaque para a atuação de Marco Nanini, como Odorico, e José Wilker, como Zeca Diabo.