Matheus e Gabriel foram medalhistas de ouro na última edição da Obmep Foto: Marcella Falcão / NE10
Na semana passada, os dois foram a Brasília para a cerimônia de entrega das medalhas da edição de 2014 da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Na competição, participaram mais de 18 milhões de estudantes e apenas 501 conquistaram medalhas de ouro, 1500 de prata e 4500 de bronze. Os dois foram ouro pela terceira vez consecutiva e, pelo tri, além das medalhas, ganharam um tablet. Gabriel também fez história ao ser oprimeiro pernambucano ao vencer a disputa do nível 3, que engloba todos os estudantes do ensino médio.
Os dois colecionam medalhas de destaque em diversas olimpíadas científicas - mais de 30 -, que variam entre Olimpíada de Matemática, Informática, Robótica, Física e AstronomiaFoto: Marcella Falcão / NE10
Alunos do 2° ano do ensino médio no Colégio de Aplicação - da Universidade Federal de Pernambuco -, os dois e os pais, os representantes comerciais Ricardo e Fabíola Nunes, não medem elogios ao colégio. A saga deles em Olimpíadas começou assim que ingressaram na instituição e pretendem ficar lá até o terceiro ano. O colégio, além de incentivar a participação nas competições, dá todo o suporte necessário e ainda impulsiona uma rotina de estudos regrada e produtiva. "Estou na minha escola desde o 6º ano e, desde então, sou bastante incentivado a participar de competições e estudar para elas. Meus professores são bem dedicados e bem comprometidos com as competições, sempre estão dispostos a ajudar e a ir conosco. Ultimamente, com os servidores da UFPE em greve, eles que imprimem as provas, são eles também que aplicam e corrigem", conta Gabriel. As provas da primeira fase da Obmep, por exemplo, são aplicadas nas escolas inscritas, e corrigidas também pelos professores de cada escola a partir de instruções e gabaritos elaborados pela organização do concurso. Apenas a segunda parte é feita em escolas direcionadas pela comissão e corrigida por uma banca específica.
Por estudarem em um colégio com três dias na semana de aulas integrais, Matheus e Gabriel tiveram que aprender a conciliar diversão e estudos. Os dois, quando possuem tempo livre, saem para jogar futebol com os amigos ou se juntam a eles nos jogos de rede. Diariamente, eles estudam em casa e, quando está próximo de alguma Olimpíada, dedicam parte de seu tempo livre à resolução de provas anteriores e estudos dirigidos para o tema.
Para o futuro, os gêmeos ainda não têm certeza do curso que vão seguir na universidade, mas dão uma certeza: tem que ter números. Por serem medalhistas recorrentes da Obmep, ganharam o direito de cursar mestrado de matemática em paralelo com o curso da graduação. Daqui pra lá, ainda pretendem concorrer em outras olimpíadas do conhecimento. Os dois se mostram muito gratos pelas oportunidades que tiveram até agora. "Depois de ganhar a minha primeira medalha, descobri o mundo das olimpíadas, fui convidado a participar do Programa de Iniciação Científica do CNPq, viajei para várias cerimônias de premiação, fui chamado para encontros pelo Brasil, formei grandes amizades e tudo isso é muito gratificante." afirma Matheus.