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Craques com números, gêmeos pernambucanos colecionam mais de 30 medalhas em olimpíadas do conhecimento

Marcella Falcão
Marcella Falcão
Publicado em 30/07/2015 às 12:12
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Matheus e Gabriel foram medalhistas de ouro na última edição da Obmep / Foto: Marcella Falcão / NE10

Matheus e Gabriel foram medalhistas de ouro na última edição da Obmep Foto: Marcella Falcão / NE10

As semelhanças dos irmãos Matheus e Gabriel Leite Queiroz Nunes, de 15 anos, vão muito além da aparência. Gêmeos idênticos, os rapazes pernambucanos possuem o gosto em comum pelas ciências exatas. Os dois colecionam medalhas de destaque em diversas olimpíadas científicas - mais de 30 -, que variam entre Olimpíada de Matemática, Informática, Robótica, Física e Astronomia.

Na semana passada, os dois foram a Brasília para a cerimônia de entrega das medalhas da edição de 2014 da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Na competição, participaram mais de 18 milhões de estudantes e apenas 501 conquistaram medalhas de ouro, 1500 de prata e 4500 de bronze. Os dois foram ouro pela terceira vez consecutiva e, pelo tri, além das medalhas, ganharam um tablet. Gabriel também fez história ao ser oprimeiro pernambucano ao vencer a disputa do nível 3, que engloba todos os estudantes do ensino médio.

Os dois colecionam medalhas de destaque em diversas olimpíadas científicas - mais de 30 -, que variam entre Olimpíada de Matemática, Informática, Robótica, Física e Astronomia

Os dois colecionam medalhas de destaque em diversas olimpíadas científicas - mais de 30 -, que variam entre Olimpíada de Matemática, Informática, Robótica, Física e AstronomiaFoto: Marcella Falcão / NE10

O currículo de viagens dos adolescentes é extenso. Por causa das competições, Matheus e Gabriel já viajaram para Brasília, Rio de Janeiro, Nova Friburgo (RJ); Florianópolis (SC), e Campinas, São Carlos e São José do Rio Preto, em São Paulo, tudo custeado pelas Olimpíadas. Os dois mostram um fascínio pelo mundo dos números e contam que as competições não só dão reconhecimento, mas proporcionam experiências engrandecedoras. "Participamos das olimpíadas, fazemos as provas não só para ganhar medalha, mas também para viajar, aprender, conhecer pessoas pelo Brasil, fazer os cursos que tenho oportunidade", diz Matheus que, em 2013, foi selecionado para participar da Preparação Especial para Competições Internacionais de Matemática, que reuniu mais outros 11 estudantes em dez encontros em Brasília.

Alunos do 2° ano do ensino médio no Colégio de Aplicação - da Universidade Federal de Pernambuco -, os dois e os pais, os representantes comerciais Ricardo e Fabíola Nunes, não medem elogios ao colégio. A saga deles em Olimpíadas começou assim que ingressaram na instituição e pretendem ficar lá até o terceiro ano. O colégio, além de incentivar a participação nas competições, dá todo o suporte necessário e ainda impulsiona uma rotina de estudos regrada e produtiva. "Estou na minha escola desde o 6º ano e, desde então, sou bastante incentivado a participar de competições e estudar para elas. Meus professores são bem dedicados e bem comprometidos com as competições, sempre estão dispostos a ajudar e a ir conosco. Ultimamente, com os servidores da UFPE em greve, eles que imprimem as provas, são eles também que aplicam e corrigem", conta Gabriel. As provas da primeira fase da Obmep, por exemplo, são aplicadas nas escolas inscritas, e corrigidas também pelos professores de cada escola a partir de instruções e gabaritos elaborados pela organização do concurso. Apenas a segunda parte é feita em escolas direcionadas pela comissão e corrigida por uma banca específica.  

Por estudarem em um colégio com três dias na semana de aulas integrais, Matheus e Gabriel tiveram que aprender a conciliar diversão e estudos. Os dois, quando possuem tempo livre, saem para jogar futebol com os amigos ou se juntam a eles nos jogos de rede. Diariamente, eles estudam em casa e, quando está próximo de alguma Olimpíada, dedicam parte de seu tempo livre à resolução de provas anteriores e estudos dirigidos para o tema.

Para o futuro, os gêmeos ainda não têm certeza do curso que vão seguir na universidade, mas dão uma certeza: tem que ter números. Por serem medalhistas recorrentes da Obmep, ganharam o direito de cursar mestrado de matemática em paralelo com o curso da graduação. Daqui pra lá, ainda pretendem concorrer em outras olimpíadas do conhecimento. Os dois se mostram muito gratos pelas oportunidades que tiveram até agora. "Depois de ganhar a minha primeira medalha, descobri o mundo das olimpíadas, fui convidado a participar do Programa de Iniciação Científica do CNPq, viajei para várias cerimônias de premiação, fui chamado para encontros pelo Brasil, formei grandes amizades e tudo isso é muito gratificante." afirma Matheus.

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