Os cerca de um milhão de alunos de 56 universidades, dois centros tecnológicos e 34 institutos federais, cujos professores e técnicos-administrativos estão em greve há quase dois meses, permanecem ansiosos sobre os rumos do movimento com relação ao ano letivo. No Estado, uma média de 64 mil estudantes continuam sem saber se o período vai ser cancelado ou se vai retomar de onde foi paralisado. Essa pergunta, no entanto, só deverá ser respondida quando o movimento chegar ao fim.
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Para o vice-reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Marcelo Carneiro Leão, ainda não há previsão sobre as prováveis alterações no calendário acadêmico. Segundo ele, a instituição deverá sentar com professores e técnicos para negociar o posicionamento da universidade depois da greve. 'Qualquer modificação [do calendário], porém, deverá passar pelo Conselho Superior, formado por professores, técnicos e alunos', garante.
O reitor da Univesidade Federal de Pernambuco, Anísio Brasileiro, também não trouxe novidades com relação à posição da UFPE. 'Ele ainda não passou nenhum posicionamento oficial', informou a assessoria de comunicação da universidade.
Além da UFPE e UFRPE, que juntas agregam cerca de 50 mil alunos, também aderiram à greve professores e técnicos-administrativos dos campus Recife, Caruaru, Vitória de Santo Antão e Ipojuca do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), que possui um total aproximado de 9 mil alunos, e Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), a qual reúne 5 mil discentes, incluindo os de Juazeiro e Senhor do Bonfim, na Bahia. Profissionais do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão) fizeram mobilização e paralisação de um dia ou dois, mas não aderiram ao movimento.
A categoria reivindica uma carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, com variação de 5% entre os níveis, além de melhores condições de trabalho.
NACIONAL - A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) decidiu em reunião do Conselho Pleno, nessa terça-feira (10), que vai solicitar uma audiência com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para buscar celeridade nas negociações entre governo e sindicatos dos trabalhadores em greve.
Com relação à necessidade de suspensão do calendário acadêmico, ficou entendido pela Andifes que 'cada universidade tratará o assunto de forma individual, respeitando a autonomia das instituições'.