Continua sem previsão de terminar a paralisação dos docentes das Universidades Federais da Paraíba (UFPB) e de Campina Grande (UFCG). Há 14 dias, cerca de 62 mil alunos estão sem aulas nas duas instituições de ensino superior. De acordo com os sindicatos dos professores das duas universidades, cerca de 96% do corpo docente aderiu ao movimento. Muitos alunos também estariam se mobilizando em prol da causa.

De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (Adufcg), Gonzalo Rojas, o movimento vem ganhando ainda mais força em todo o País. "A nível nacional, avaliamos que tem sido um sucesso. Estamos com quase 50 instituições de ensino superior em greve; ontem a UFBA aderiu e a UFRJ também. Temos conseguido a adesão cada vez maior dos estudantes também, então a tendência é que a situação se aprofunde ainda mais", avaliou.

Na próxima terça-feira (5), será realizado um grande ato público em Brasília, com participação de representantes de todas as instituições federais de ensino superior do País. A mobilização é pela Campanha Salarial dos funcionários públicos federais de educação em 2012.

Ainda segundo o presidente da Adufcg, o governo suspendeu duas reuniões com a categoria e, por enquanto, não há previsão de um encontro para negociar as pautas de reivindicações dos docentes. "O governo está mostrando que não há nenhuma proposta a ser feita aos docentes e, com isso, a situação vai se agravando", disse Rojas.

Os professores querem a restruturação da carreira docente, prevista em um acordo firmado em 2011. Também pleiteiam melhores condições de trabalho e a valorização profissional. A greve das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) é um movimento nacional proposto pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). De acordo com o Andes-SN, 47 instituições federais aderiram ao movimento em todo o País.