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Por Franco Benites
Por Franco Benites
Publicado em 31/01/2017 às 7:58
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Franco Benites é jornalista e repórter do Jornal do Commercio. Entende que o mundo vai além da briga entre esquerda e direita e foi feito para ser vivido, observado e narrado / Foto: Gustavo Belarmino/NE10

Franco Benites é jornalista e repórter do Jornal do Commercio. Entende que o mundo vai além da briga entre esquerda e direita e foi feito para ser vivido, observado e narrado Foto: Gustavo Belarmino/NE10

Jornalista, casado, 36 anos, pai de um cachorro, cumpridor das obrigações profissionais e fiscais, confesso: me sinto mal porque sou péssimo quando o assunto é meme, essa "praga" da era ultra-pós-moderna, que serve para divertir alguns (99,9% da humanidade) e confundir o restante da humanidade (no caso, só eu mesmo).

Nunca sei os memes que estão em destaque. É comum enxergar um no meu visor mental e ele já está defasado em semanas. Quando despertei para Luiza, aquela que estava no Canadá, acho que ela já tinha ido, voltado, casado e retornado de novo para terras canadenses. 

Nas conversas com amigos, eu metia um "menos a Luiza, que está no Canadá" e as pessoas me olhavam como se tivesse repetindo a piada sem graça do papagaio pela centésima vez. Um ou outro amigo mais solidário dava um riso sem graça que, por ser sem graça, apenas reforçava o quanto sou obsoleto para tais assuntos memeanos.

Sou um erro completo em matéria de memes. Sinto que sou o único que não entende a maioria deles. É como se as pessoas ao meu redor falassem uma língua secreta na qual não fui iniciado. Sou o ET dos memes, um ser que parece pertencer a outro mundo, e a minha desgraça só não é pior porque existe o Google.

Aliás, nem sei dizer se a existência do Google, nesse caso, é sorte. Porque em vez de usar meu tempo livre para fazer algo produtivo, lá estou eu a escavar nos sites de busca o significado do meme da moda (geralmente procuro respostas para algo que já foi ultrapassado por outro há séculos). O Rubinho Barrichelo dos memes é este que vos tecla.

Um tempo atrás, só sosseguei quando descobri a origem do "Menino Mimimi". Mudou a minha vida tentar entender de onde surgiu o meme? Não mudou. Poderia ter usado o tempo para aprender a letra de uma música nova em inglês ou espanhol? Poderia. 

Depois da pesquisa, fiquei com uma pulga atrás da orelha: por que vocês só sabiam falar desse meme? Por qui vici si sibim fili dissi mimi?

Não vou falar aqui qual o último meme de que me dei conta para não correr o risco de citar um e ele já ser letra morta quando este texto estiver publicado. Melhor ficar só mesmo na minha apresentação e dizer que a partir de agora vou escrever uma vez por semana neste espaço.

Achou que só queria escrever sobre Política?

Logo eu.

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