O amor que guardei para mim

Quantos e se você tem guardado?

Por Malu Silveira
Por Malu Silveira
Publicado em 08/09/2016 às 8:20
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Se você tivesse decidido fazer aquela viagem que sempre quis fazer? Se tivesse se desligado da rotina? / Foto: Free Images

Se você tivesse decidido fazer aquela viagem que sempre quis fazer? Se tivesse se desligado da rotina? Foto: Free Images

Digamos que você tivesse uma chance de olhar pra trás e perceber tudo o que já foi feito. Pode pensar em tudo. Viagens, experiências profissionais, relacionamentos amorosos, amizades verdadeiras, companhias leais, escolhas difíceis, períodos turbulentos. Pensa mais. Vale lembrar de momentos triviais, risadas gostosas, pequenas e grandes conquistas ou a sensação de realizar um sonho. Agora, me diz: quantos e se você tem guardado?

E se você tivesse decidido fazer aquela viagem que você sempre quis fazer? Se tivesse desligado um pouquinho da rotina? E se você tivesse se arriscado em algo que nunca pensou em fazer? E se você tivesse dito tudo aquilo que queria ter dito para alguém que já amou? Não vale por carta, email ou mensagem. Tem que ser nos olhos mesmo. Para pra raciocinar. E se você tivesse agarrado a oportunidade de dizer o que já não faria mais sentido agora que estamos no depois? 

E se você tivesse deixado de se importar com as brigas normais de uma amizade que vale a pena? E se não tivesse desistido de alguém que é importante por simples divergências? Essa pessoa continua em sua vida? E se você não tivesse sufocado seus mais profundos desejos apenas para seguir o que os outros preferem fazer? E se optasse por levar a sério as escolhas mais custosas? E agora, o que você tem? Vive com dúvidas ou é cheio de certezas? 

Quantos e se você tem carregado? Por ele ou por ela? Por tantos momentos, por vários anos

E se você tivesse aproveitado períodos penosos para se conhecer melhor? Se tivesse escolhido aceitar a dor e não apenas ignorá-la? E agora, quem você é? Realmente aprendeu? O que você tem? Quem entrou, quem saiu? O que restou? Se você tivesse tido menos pressa, como teria sido aquele encontro que você desmarcou tantas vezes? Você teria essa oportunidade novamente? Se lhe dessem mais um dia, como seria se você tivesse escolhido rir, mesmo que não tivesse achado tanta graça?

E se você tivesse parado para comemorar suas pequenas conquistas enquanto esperava pacientemente pelas grandes vitórias? Se tivesse ao menos vibrado com um relatório bem feito, uma prova excelente, um teste bem executado? Agora, você se sentiria meio vazio ou quase completo? E se escolhesse lutar por um sonho que até então parecia impalpável? Mesmo que você não pudesse tocar ou enxergá-lo, você teria escolhido acreditar? E hoje, o que você realmente abraça? 

Pode dizer. Eu sei que essas são perguntas fáceis de responder. O difícil é que elas tocam bem fundo lá na alma. Por isso, envergonham e até causam embaraço. Mas pode dizer: quantos e se você tem carregado? Por ele ou por ela. Por tantos momentos, por vários anos. Por tantas dúvidas e várias incertezas. Essa questão mexe comigo, tenho certeza que vai mexer com você: quantos e se a gente insiste em esconder dentro do peito? 

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