Como controlar a espionagem

NE10
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Publicado em 17/01/2014 às 23:20
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A questão principal que se coloca, a partir das revelações de Edward Snowden, é que certamente houve cooperação entre as empresas telefônicas sediadas no Brasil, que foram privatizadas no governo Fernando Henrique Cardoso (codinome FHC), e operadoras dos Estados Unidos, para permitir a escuta e a gravação das conversas pela NSA. Sem esse acordo entre as empresas, seria impossível haver escutas, como foram divulgadas.

Como os números dos assinantes, chamador e chamado, ficam armazenados no registrador da central telefônica, durante a chamada, antes de serem repassados para arquivos permanentes nos centros de computação das empresas, é possível facilmente identificar os interlocutores para realizar a espionagem.

Isso pode ser feito na própria central, também a partir dos juntores de entrada ou saída, ou no distribuidor geral, mas tem que ser realizado por alguém de dentro da empresa. Uma investigação da Polícia Federal certamente descobriria o responsável pela escuta.

O que se deduz, mesmo sem investigação, é que a entrega das operadoras de telecomunicações a empresas estrangeiras, um crime de lesa-pátria cometido pelo governo FHC, possibilitou a escuta e gravação de qualquer conversa por parte de empresas estrangeiras sediadas no País.

Como decorrência dos problemas enfrentados recentemente pelo governo na área de espionagem, a Telebras e a Visiona Tecnologia Espacial assinaram um contrato para executar o projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O acordo, no valor de R$ 1,3 bilhão, prevê a entrega do sistema no final de 2016. A Visiona é uma joint-venture entre a Embraer e a Telebras.
 
Segundo o governo, a aquisição de um satélite próprio para as comunicações civis e militares brasileiras é uma decisão estratégica para garantir a soberania nacional. Atualmente, os satélites que prestam serviço no Brasil são controlados por estações que estão fora do país ou têm o controle de empresas de capital estrangeiro, o que implica riscos de interrupções dos serviços em situação de conflito internacional ou decorrente de interesses políticos ou econômicos, segundo o Ministério das Comunicações.

Em outra frente, a espionagem também é feita pelo Sivam, que envia rotineiramente dados para a NSA e CIA, conforme declarado pelo diretor desta agência, em entrevista dada logo após os norte-americanos vencerem a concorrência para fornecimento do serviço, no governo FHC. É interessante como essas siglas de três letras atormentam o Brasil há muito tempo.

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