A mulher e a lei

Marcada audiência do caso Maria Alice. A dor de uma mãe

Por Gleide Ângelo
Por Gleide Ângelo
Publicado em 23/05/2016 às 7:02
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Se você está sofrendo violência doméstica, não de entregue, lute e se liberte desse mal / Foto: Heudes Régis

Se você está sofrendo violência doméstica, não de entregue, lute e se liberte desse mal Foto: Heudes Régis

Caros leitores,

No artigo de hoje falarei sobre a história da jovem Maria Alice, vítima de um crime brutal que chocou toda a sociedade pernambucana. Maria Alice de Arruda Seabra Amorim, uma jovem de 19 anos de idade, foi barbaramente assassinada pelo seu padrasto, com quem convivia desde os quatro anos de idade. No dia 19/06/16 fará um ano que ocorreu esse crime.

No dia 19/06/15, a jovem Maria Alice saiu de casa com o seu padrasto, com a promessa de uma entrevista de emprego. No meio do caminho, Alice foi levada para um canavial localizado no município de Itapissuma, onde foi covardemente assassinada pelo padrasto.

Depois de cometer o crime, o acusado GILDO XAVIER DOS SANTOS fugiu para o Estado do Ceará e se entregou à policia em 23/06/15, onde foi preso e encaminhado ao COTEL. O Ministério Público denunciou GILDO pelos crimes de Homicídio Qualificado, Seqüestro e Cárcere Privado, Destruição / Subração / Ocultação de Cadáver e Estupro. No dia 27/05/16, às 9h, haverá uma audiência de Instrução e Julgamento na 1ª Vara Criminal do Fórum de Paulista para oitiva de uma testemunha. Depois de terminada toda a instrução criminal, o Juiz decidirá se GILDO XAVIER irá ser julgado pelo Tribunal do Júri.

A DOR E A EMOÇÃO DA MÃE DE MARIA ALICE - Depois de quase um ano da morte cruel, bárbara, fria e covarde de Maria Alice, a sua mãe Maria José de Arruda, conhecida carinhosamente pelo apelido de Dedé Arruda, fala da dor e do sentimento de perda. Conversei com Dedé Arruda e perguntei o que ela espera da justiça e qual o sentimento dela em relação a esse crime que foi cometido pelo seu companheiro, que criou Maria Alice desde os quatro anos de idade.

"Eu quero que a justiça deixe ele onde ele está. Eu quero o julgamento dele o mais rápido possível para ele ter a pena que ele merece, eu queria a pena máxima para ele. Uma pessoa dessa não merece ir para a Rua. Se ele fez isso com uma menina que ele criou como filha, ele pode fazer com qualquer menina. Eu acho que ele deveria ficar preso para não fazer isso com meninas inocentes como a minha."

Jovem foi estuprada e morta pelo padrasto aos 19 anos

Jovem foi estuprada e morta pelo padrasto aos 19 anos Foto: Facebook

Dedé Arruda tem uma filha de 12 anos com o acusado GILDO XAVIER. Em relação ao sentimento da filha por GILDO, ela responde: “Ela não quer vê-lo. Ela disse que conviveu com um monstro e não sabia”. Depois do crime, Dedé Arruda e a filha se mudaram de endereço. Ela disse que não estava conseguindo conviver com tantas lembranças tristes após a morte de Maria Alice.

Hoje, Dedé Arruda está tentando refazer a vida com sua filha de 12 anos que é fruto do relacionamento com GILDO XAVIER. São muitas lembranças dessa mulher forte, guerreira que ainda encontra forças para lutar por justiça, mesmo em meio a essa tragédia em sua vida.  Ela perdeu de forma covarde a filha Maria Alice de 19 anos e perdeu o companheiro que ela acreditava ser o pai de suas filhas.

O exemplo de luta e superação de Dedé Arruda serve de exemplo para muitas mulheres que sofrem violência doméstica e não encontram forças para denunciar

O exemplo de luta e superação de Dedé Arruda serve de exemplo para muitas mulheres que sofrem violência doméstica e não encontram forças para denunciar. No caso de Dedé Arruda, ela e a filha Maria Alice foram vítimas do companheiro dela. Ela denunciou, procurou a polícia, vai as audiências, não se cansa de clamar e lutar por justiça. É muita dor e sofrimento que estão sendo diariamente transformados por Dedé Arruda em busca de justiça.

Se você está sofrendo violência doméstica, não de entregue, lute e se liberte desse mal. A palavra de hoje é JUSTIÇA. Não é justo que você deixe um agressor violento destruir a sua vida e os seus sonhos. A busca da justiça lhe dará forças para denunciar o agressor. Se na sua cidade não tiver Delegacia Especializada  da Mulher, procure a delegacia do seu município.  A sua felicidade depende do seu primeiro passo, DENUNCIE !

NÃO DESISTA DOS SEUS SONHOS. VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHA !

EM QUAIS ÓRGÃOS BUSCAR AJUDA:

» Centro de Referência Clarice Lispector – (81)3355.3008/ 3009/ 3010
» Centro de Referência da Mulher Maristela Just - (81) 3468-2485
» Centro de Referência da Mulher Márcia Dangremon - 0800.281.2008
» Centro de Referência Maria Purcina Siqueira Souto de Atendimento à Mulher – (81) 3524.9107
» Central de atendimento Cidadã pernambucana 0800.281.8187
» Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal - 180
» Polícia - 190 (se a violência estiver ocorrendo)

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