Uma das primeiras a ver o potencial de estudantes medalhistas foi a Universidade de Campinas (Unicamp), no Sudeste do país. As chamadas "vagas olímpicas" começaram a ser oferecidas entre as modalidades de ingresso.
A instituição ofereceu 90 vagas em cursos que começam este ano para estudantes que se destacaram em olimpíadas como as de Matemática, Robótica e Química. Segundo informou a Unicamp, 285 candidatos-medalhistas se inscreveram, a maioria da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Ao final, 66 alunos foram convocados para ingressar na instituição.
Para a Unicamp, "atrair medalhistas ajuda a enriquecer e diversificar o ambiente acadêmico". Entre os aprovados, alunos de Roraima, Piauí, Ceará e Bahia, além de São Paulo. "Normalmente, um estudante do interior do Norte ou do Nordeste não pensaria em vir morar tão longe, daí a importância de programas dessa natureza", diz o coordenador do vestibular da Unicamp, José Alves de Freitas Neto.
Ainda em 2019, a Universidade de São Paulo (USP) entrou na mesma linha: abriu processo seletivo para quem participou de competições de conhecimento: dos 1.500 inscritos, 81 foram classificados.
Assim como a Unicamp, foi a primeira vez que a USP adotou esse modelo, quando foram oferecidas 113 vagas em 60 cursos de graduação da Universidade. A maioria das vagas estava vinculada a cursos de ciências exatas e engenharias, mas também havia opções em cursos na área de humanas, como Gestão de Políticas Públicas e Design, e de saúde, como Farmácia, Ciências Biológicas e Ciências Biomédicas.