Se você pensar em um psicólogo, no que ele trabalha, facilmente pensará em um consultório, sessões de psicoterapia, em um ambiente escolar. Certo? Mas a área da Psicologia cresce a todo momento, cada vez que as necessidades psíquicas humanas são ampliadas. É um nicho cheio de possibilidades e rico em conhecimento e novas descobertas.
Há um ano e meio à frente do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), a professora Ângela Nankran se vê diante de um mercado cada vez mais aberto e com inúmeras possibilidades aos profissionais da área. “Psicologia jurídica, das relações humanas, para propagandas, associada à tecnologia, ao atendimento online”, enumera, sobre as novidades. Nesse mundão, salários têm uma variação também enorme: de R$ 2 mil a R$ 10 mil, diz Ângela.
Em tempo: em “atendimento online”, leia-se a sessão remota. “O Conselho Regional, em 2018, liberou esse tipo de atendimento. A resolução tem critérios para que isso seja desenvolvido. Serve, por exemplo, em casos especiais, como a continuação das terapias para um paciente que precisa viajar”, explica Ângela.
A professora vê a Psicologia como uma área de conhecimento e uma profissão cujo futuro se descortinou “de repente”, percebendo um mundo de caminhos. “Deu um insight de que o psicólogo trabalha diretamente na perspectiva do ser humano, é um profissional necessário em várias áreas que necessitam ter percepção acerca desse ser humano”.
Um psicólogo, continua Ângela, encontrou espaço na área da Publicidade, em que pesquisas de mercado precisam compreender a percepção da população acerca de determinado produto. “A Psicologia Social é outro bom exemplo. É uma possibilidade que também tem cada vez mais campo, porque cada vez se pensa mais no coletivo”, resume a professora.
“Houve um tempo em que eu tinha interesse de fazer Medicina, queria ajudar o próximo. Mas em uma experiência fora do Brasil, conheci a Psicologia. Vi que também tinha isso de ajudar e de compreender o outro, conhecer mais o motivo dele tomar certas atitudes”, conta Marcella Vasconcelos, estudante do 4° período de Psicologia da Unit-PE.
Marcella sempre se interessou sobre o comportamento humano. Aos 15 anos, cursando o Ensino Médio, ela nem sabia o que era a Psicologia, mas foi lendo a respeito daquela área de conhecimento que se propunha a acessar o ser humano. “Fui lendo e me apaixonando. Aí fui atrás”, conta a estudante, que atua como auxiliar de Coordenação Pedagógica.
Quando formada, Marcella planeja seguir pelo atendimento clínico infantil, Psicologia escolar, Teoria do Comportamento ou Análise do Comportamento Aplicado.
Para Ângela Nankran, os aspirantes a psicólogos chegam à academia com interesse em pesquisa, em extensão, em pós-graduação. “Há influência dos professores. Assim, já vi alunos que estavam interessados em clínica passarem a pensar em Psicologia Organizacional, em fazer residência para trabalhar em hospital”.
A Psicologia Escolar, para espanto da professora, não perdeu atenção dos ingressantes. A Jurídica, nova, como dito, abre espaço para se trabalhar com questões de adoção de crianças e adolescentes, com conflitos familiares, como alienação parental. “Muda tanto que quando as empresas abrem espaço para a diversidade entre seus funcionários, contratando autistas, por exemplo, o mercado abre-se para os psicólogos, necessários para que o ambiente corporativo absorva essas pessoas”.