
A Universidade de Pernambuco (UPE) realiza, neste domingo (17) e segunda-feira (18), a etapa 3 do Sistema Seriado de Avaliação (SSA3), voltado para feras concluintes do Ensino Médio. Quando comparado às provas do Enem, o SSA é quase sempre dito como “conteudista” por professores, com provas que exigem conhecimento técnico e fórmulas, por exemplo.
No entanto, o pró-reitor de Graduação da UPE, professor Ernani Martins, defende que são métodos diferentes de avaliação: enquanto o Enem avalia competências e habilidades através da Teoria da Resposta ao Item (TRI), o foco do SSA está no próprio currículo das escolas de Pernambuco, "seguindo a mesma 'perspectiva do conteúdo'".
“A UPE é pernambucana e que segue o programa oficial do Estado. O programa é pautado nessa direção. O seriado deve mudar nos próximos anos porque o Ensino Médio vai mudar, temos um novo documento que é a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e, obviamente, a avaliação vai ser pautada em cima disso”, explica o professor Ernani.
Além disso, continua o pró-reitor, a escola é igualmente “conteudista”. “A prova é construída para o que a UPE entende do perfil de estudante que ela precisa, que ela almeja que entre na universidade. Se você pegar as provas dos vestibulares mais tradicionais do País vai perceber que essas provas são ‘conteudistas’. Vai depender do que cada instituição procura”, diz.
Ernani Martins: SSA segue base curricular aplicada em Pernambuco / Foto: Sérgio Bernardo/ Arquivo JC Imagem
UPE no Sisu
Sobre a possibilidade da UPE deixar de utilizar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) ou o Enem, o pró-reitor reitera que a questão está em análise conjunta com outras instituições estaduais e municipais de Ensino Superior e que qualquer mudança será anunciada com antecedência.
“Há uma série de implicações quando você adere ao Sisu, que seria, por exemplo, o financiamento estudantil, que não tem acontecido. Mas isso é uma discussão que acontece a nível nacional, na Abruem. E se a UPE sair do Sisu, não significa que a UPE não vai ter mais o Enem como forma de avaliação. Porque o Sisu é só um sistema para preencher a vaga. O Enem é a avaliação”, explica Ernani Martins.
Escolha pela UPE
Boa parte dos estudantes entrevistados pelo Blog do Enem declararam ter preferência pelo ingresso da UPE e justificaram que os recentes anúncios de cortes para as universidades federais causam insegurança.
“Isso é muito relativo. De fato, a UPE depende economicamente do Governo de Pernambuco, então, precisamos entender que a economia do Estado precisa estar bem. Este foi um ano que a gente teve o repasse completo das verbas. Somos a única universidade pública do Estado, e isso tem vantagens e desvantagens, acaba sendo mais fácil de administrar, em alguns aspectos, do que as federais”, explica Ernani Martins.
O pró-reitor reforça que cortes na educação, de fonte Federal, interferem em todas as instituições de ensino superior, inclusive as particulares. Projetos como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), bolsa de Iniciação Científica, por exemplo, depende desses repasses.
“Ficamos felizes com essa preferência, mas o interessante é o estudante observar se a universidade dispões daquela graduação que ele, de fato, quer ingressar e que ela forme na perspectiva que ele quer”.