Conteúdo de dia a dia, que faz parte da rotina de todos nós, a Matemática carrega o estereótipo de ser a carrasca da vida escolar de muita gente. Um carma histórico que foi se dissolvendo ao longo do anos, quando o Enem passou a trazer aplicabilidade prática ao que antes era apenas uma montanha de números e fórmulas. A Matemática vem conquistando afinidades? É o que garante o professor (e engenheiro civil) Jairo Teixeira, do Colégio Marista São Luís, no alto de suas mais de duas décadas de docência.
Com formação em Engenharia e pós-graduação em Metodologia de ensino da Matemática, Jairo tem repertório para defender o Enem e ser um entusiasta do formato da prova, que consegue colocar a disciplina por meios práticos, do dia a dia.
“Problemas contextualizados e menos peso na parte da linguagem, teórica, acadêmica. A aplicabilidade atrai mais o aluno. Hoje, noto meus estudantes mais interessados pela Matemática”, atesta, reforçando que essa metodologia é o que baliza a sala de aula. As linguagens mais técnicas, defende Jairo, devem ficar para quem decidir seguir na área.
Oras, estamos falando de uma prova que exige muito dos alunos. “A Matemática é muito importante para o Enem, tanto que é ‘sozinha’. Você tem as áreas de Linguagens, Humanas, Natureza e Matemática - com suas 45 questões, só dela”. Então, amigo(a), treinar é fundamental.
Jairo diz que até permite que seus educandos usem calculadora quando estão aprendendo algum conteúdo novo, mas uma vez absorvido, a prática tem que seguir sem a ajuda. Outra dica de ouro é: refaça provas anteriores, assim você se ambienta ao nível de exigência do Enem
Em sala, o professor faz “simuladinhos” quase que diariamente, após passar o conteúdo, para ensinar a “selecionar” quais questões merecem sua dedicação. “É quase impossível fazer todas as questões de Matemática do Enem, então, em algum momento da prova, eles vão ter que escolher, e se não treinarem isso em sala, não vão ter a segurança para fazer na prova”.
Se Jairo é um fã do Enem por um lado, por outro, fica meio cabreiro com o tradicionalismo da prova do Sistema de Seleção Seriado (SSA, da UPE). “É completamente técnico e frio”, arremata. Assim como outros professores já disseram ao Blog do Enem, Jairo Teixeira acha que a prova do SSA tem muitas falhas e erros que levam à anulação de questões.
“Enquanto o Enem coloca uma questão que diz que uma lanchonete vende um sanduíche a R$ 5, e tem a expectativa de vender 200 sanduíches por dia, e observa que a cada R$ 0,10 que ela der de desconto, vai aumentar a venda em 10 sanduíches, e assim por diante, o SSA escreve: ‘qual o valor máximo dessa função?’. É praticamente o mesmo conteúdo, mas uma é muito mais palpável e atrativa e outra é o formato que faz as pessoas não gostarem de Matemática”.